Nos últimos dois anos passámos bons momentos. Tivemos os nossos momentos de glória, mas também uns reveses aqui e ali. Fizemos amigos por toda a parte, mas não conseguimos evitar a raiva e a irritação de outros. Por aqui passou uma boa dose de controvérsias, assim como de manifestações de apoio. À esquerda e à direita, discutimos, citámos e polemizámos. Fomos elogiados, insultados e ridicularizados. Fomos lidos à distância por leitores silenciosos, e tivemos um grupo apreciável de leitores fiéis e activos.
Aqui escreveram amigos, conhecidos e outros que nem cheguei a conhecer. Tudo boa gente. Para aqui vim com amigos (o Paulo, o Bruno, o Hugo, o Henrique, o Fernando), e aqui fiz amigos (o Pedro, o Manuel, o Francisco, o Filipe, o Luís). Como decerto não passou despercebido aos leitores mais atentos, também tivemos as nossas desavenças e mal-entendidos. Faz parte. Deixa cicatrizes. Mas a vida continua. E a reconciliação está logo ali, depois daquela esquina.
Não precisamos de fingir modéstia. Praticamente desde o início, o Cachimbo ocupou um lugar muito próprio na blogosfera, e só com muita má-vontade se poderá dizer que não deixará saudades. Não duvido que haja por aí quem diga que não se esquecerá tão cedo da transferência da águia benfiquista para o Arsenal, ou da relação difícil da jornalista Câncio com a verdade histórica da Primeira República, ou de uma certa carta aberta de um polígamo, ou das 10 razões para preferir Ribeiro e Castro, ou de como o direito ao aborto pode ser visto como uma concessão inconsciente à opressão da discipina social, ou da reconstrução da Antikythera, ou das críticas devastadoras à actual política de educação, de por que é que a ideia socialista do "divórcio na hora" deve muitas explicações aos mais vulneráveis, ou do facto de eu e do Manuel gostarmos de uma onda musical que ganhou força nos loucos anos 80. Há coisas que ficam e há coisas que passam. O Cachimbo enventualmente também passará. Afinal, isto nem era bem um Cachimbo...
P.S. Falei de amigos, e por isso a posta não estaria completa sem mencionar o nome de outros dois grandes bloggers cuja colaboração muito me honrou, bem como ao Cachimbo. Refiro-me ao Paulo Gorjão e ao Nuno Lobo. Suspeito que também eles vão "andar por aí".