Bom ano


O súbito holofote sobre os credores de governos em apuros está a pôr em evidência um há muito esperado acerto de contas com os investidores que apostaram antes em países agora sob pressão.

E eu com isso?

(...) Investidores como a Balestra Capital Ltd., Hayman Capital Partners LP, North Asset Management LLP e a Pivot Capital Management Ltd. [Hedge funds] têm estado a antecipar esse tipo de estoiros a um ano ou mais, apostando que alguns países vão emergir da crise financeira em bem pior estado do que outros.

So what?

(...) Os investidores estão concentrados nos países que consideram os membros fracos da zona euro: Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha, um grupo a que deram o nome injurioso de «Piigs».

Wall Street Journal, 10 de Dezembro

Que se lixe.

Dia a dia crescem os temores de que a Grécia ou outro país fraco possa entrar em quebra de pagamento das suas obrigações sobre a dívida soberana, forçando os países ricos da Europa a acorrer em seu auxílio ou, alternativamente, assumir o risco de um ou mais dos seus membros mais vulneráveis abandonar a zona euro, de 16 nações.

E eu com isso?

(...) Os refractários nas margens da União - Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha (os chamados Piigs) - vão ter de fazer duras escolhas para lidar com o que parecem ser economias estagnadas, elevado desemprego e fossos orçamentais.

New York Times, 30 de Dezembro (ontem)

Que se lixe.

P.S.: Não há ninguém que explique aos idiotas dos bloguistas oficiais da situação que não há nenhuma comparação possível entre a credilidade e a vulnerabilidade financeira dos grandes da zona euro e arraia dos Piigs? Alguém lá de dentro, enfim, é capaz de haver quem possa... Quero crer.

Este ano não posto mais. Boa noite.
publicado por Jorge Costa às 14:50 | comentar | partilhar