Dois anos depois da eleição que conduziu Sócrates ao Governo, já poucos
recordam as mentiras que o conduziram lá. Tornaram-se banais e, para muitos, inevitáveis em face do objectivo "ganhar a eleição". Mais recentemente, a propósito do referendo do aborto, de novo vimos altos representantes do SIM e do PS - veja-se, entre outros,
Maria de Belém Roseira,
Ana Catarina Mendes e
Rui Pereira - defenderem um compromisso com o eleitorado, que no dia seguinte os seus
porta-vozes negaram em absoluto.
Eles mentem, eles perdem - dizia-se.
Agora o mote é assumidamente outro: eles ganham, eles mentem.
Para que querem então ouvir os eleitores?
Da resposta a esta pergunta depende a manutenção do nosso regime. E temo que se a Democracia se aprofundar na Mentira, sejamos levados - mais cedo ou mais tarde e com mais ou menos marketing - a questionar a bondade da sua subsistência.