Belzebu Catita a 11 de Outubro de 2010 às 16:09
Isto é um perfeito disparate. Já não há posts como no século XIII...
Anónimo a 11 de Outubro de 2010 às 16:18
Antes do Concílio de Niceia é que era bom.
Logo na primeira frase do post, o autor confunde "espécie humana" com "Ocidente". A confusão não é inócua porque, de facto, as mulheres superam os homens no ensino em quase todos os países do mundo, e não apenas nos países do Ocidente. Por exemplo, tanto em Marrocos como no Irão como na Arábia Saudita (isto é, em países que não fazem parte do "Ocidente"), mais de 60% dos estudantes universitários são mulheres.
javali a 11 de Outubro de 2010 às 17:26
No tempo da padralhada é que isto andava para a frente. Glória ao Senhor.
Caríssimo Lavoura
Vou perder aqui algum tempo consigo, já que também perdeu algum tempo comigo, embora, aparentemente, não tenha perdido o tempo suficiente.
Eu sei muito bem que o meu post está sujeito às mais diversas considerações críticas, para quem tiver a paciência de as considerar.
Agora, não me venha dizer que o autor do post confunde espécie humana com Ocidente, porque o autor não confunde coisa nenhuma. Se alguém está confuso é o Lavoura.
Partindo do princípio que as mulheres, mesmo que sejam todas as mulheres do mundo ocidental e não ocidental, conquistam actualmente o tal lugar cimeiro (princípio questionável, claro), e que o Ocidente atravessa o seu momento mais rasteiro (princípio questionável, também), então as mulheres, mesmo que sejam as de todo o mundo, alcançaram o tal lugar no tal momento particular do Ocidente(e isto é formalmente inquestionável).
Por outro lado, pense lá bem uma coisa: se eu de facto estiver convencido que as mulheres ocupam o tal lugar cimeiro porque o Ocidente colapsou; não acha que faz todo o sentido que também no mundo não Ocidental as mulheres ocupem o tal lugar cimeiro? O que não faria sentido seria o inverso: que num Ocidente forte, onde as mulheres não conseguissem o tal lugar cimeiro, houvesse mulheres no mundo não ocidental que o conseguissem - significaria que o Ocidente, enquanto Ocidente, não seria assim tão forte.
Ou não é assim?
Eis uma bela sinopse para mais um filme da série «O Declínio do Império Americano». Perfeita!
vasco a 11 de Outubro de 2010 às 21:47
O disparate maior deste texto (peço desculpa ao autor por dar a minha opinião sem rodeios), para além da premissa sexista e dos disparatados ratios universitários que com que Luís Lavoura alimenta uma questão absurda, está na assumpção de que isto se reveste de algum interesse histórico, filosófico ou, ainda pior, sociológico. O conhecimento não se faz em cima do joelho, nem com espírito jornalístico. Aliás, o espírito jornalístico é a maior ameaça ao conhecimento e a um mundo superior. E isto não é propriamente culpa das mulheres. A não ser que se postule que as mulheres só têm conversa de chacha, e então temos que concluir que todos os jornalistas são mulheres.
Para mais, No Ocidente, o sexo, constitucionalmente, é irrelevante, dado que todos (até os travestis ciganos que só tenham uma perna - ainda que torta) são cidadãos. A distinção, não é válida. A ser, estamos no campo das "impressões", do senso-comum, muito longe de qualquer interesse científico. Presumir que uma ideia tão vaga como a "decadência do Ocidente" (existe? está provada?) está ligada a ascenção de uma parte da população (como se houvesse um plano secreto das mulheres para dominar o planeta) tem mais interesse para um episódio dos "ficheiros secretos" do que para qualquer estudo sério.
Mas atenção, se este post for só para chatear a fulana do jugular (como suspeito que seja), então está bem, e subscrevo-o inteiramente.
Nuno, estás a precisar de um encontro de terceiro grau com a Santa Catarina de Siena, essa força da natureza medieval :)))
Vasco, gostei genericamente do seu comentário. De qualquer modo, o meu post tem potencialmente mais interesse (food for thought, diriam os outros) do que aquele que está disposto a conceder. Finalmente, o Vasco estraga tudo quando vem com o discurso da cidadania e dos preceitos constitucionais - aí, paramos de pensar sobre as coisas e passamos ao condicionamente habitual do discurso político actual. Prefiro o senso comum, pelo menos este pode ser um bom ponto de partida para ascendermos a patamares mais elevados de pensamento. Mas, como disse, até concordo com o tom geral da sua crítica.
Ó Nuno
A provocar as ladies? O que é isso?
"Género feminino", o que é?
Acha mesmo que as "feministas" hoje têm lugar?
Não confundir dois planos (ou mais) de análise:
1 - a colagem das mulheres à linguagem do poder (existe essa tendência, de facto, e não apenas nas feministas);
2 - a constatação da melhor adaptação ao ensino actual (dominado pela linguagem?, pouco prático?, pouco estimulante?, dá que pensar!)
1- Um desafio para as mulheres: escolher o caminho fracturado da linguagem do poder, ou escolher o caminho das suas potencialidades, a linguagem dos afectos (dito assim parece antiquado, mas a autonomia implica aceitar o afecto);
2 - Um desafio para sociólogos, antropólogos, psicólogos, pedagogos. Um desafio interessantíssimo, a meu ver, pois a situação deixa-me perplexa.
Nuno, se quer iniciar um debate sobre o tema terá de utilizar a estratégia da tolerância. Se não, só vai obter respostas agressivas.
Ana