Quarta-feira, 28.02.07

Fartinhos de Salazar



O Peter, o Bjorn e o John dizem que um post sobre Salazar já é demais.

</p>
When you decided to knock on my door.
Did you remember what happened before?
It just didn't sparkle it just didn't grow.
Some things look better inside of the store.

Did you agree, we should let it be,
And did you agree, It's a must...
Let's call the whole thing off.
Will you still have enough of us.
Let's call the whole thing off.
Will you still have enough of us

I know many people who met the same way.
Relations that lasted for more than one day.
But i don't wanna know why we couldn't do more.
Some things are better to leave unexplored.
(...)
publicado por Manuel Pinheiro às 13:18 | comentar | ver comentários (3) | partilhar

The Germans II

Recuando um pouco atrás no tempo, antes de Mourinho já outros faziam troça da relação entre ingleses e alemães depois da Guerra. Um dos melhores momentos da série Fawlty Towers, do início dos anos 70. Ainda está no YouTube aproveitem enquanto os fascistas dos direitos de autor não o tiram de lá:





P.S. Quando o manel tiver a paciência de meter o video no post, isto vai ficar com melhor aspecto.


publicado por Francisco Van Zeller às 12:24 | comentar | partilhar
Terça-feira, 27.02.07

Mito?

No Blasfémias, Pedro Arroja classifica como "mito" a ideia da existência, por cá, de um "país rural" entre os anos 30 e 70 do séx. XX, apresentando como dado de refutação a percentagem que este sector representava no PIB ao longo desse período temporal.
Seria assim:
1930: 30%
1940: 29%
1950: 31%
1960: 20%
1970: 12%

Mas como um país são as suas pessoas, e por essa mesma razão Salazar jamais será considerado um patriota, pelo menos no meu critério, gostava de dar ao Pedro Arroja os seguintes dados, referentes apenas ao Continente (exclui regiões autónomas).
"País Rural" = População Agrícola*:
1060: 3,479,385
1970: 3,130,564
1981: 2,852,949
1991: 1,935,541
2001: 1,227,573

* (A população agrícola compreende a população activa e não activa ligada a explorações agrícolas pelo trabalho e/ou vivência familiar)

Não por acaso, já em tempo de governos decentes e sujeitos à crítica, à concorrência, alternância e abertura ao mundo, foi precisamente a redução da percentagem da população no sector agrícola e migração para outros sectores, nomeadamente serviços, um dos indicadores mais elogiados internacionalmente:

«A performance é indiscutível: o desemprego baixou para 4% em 1991, apesar de a redução de 20% para 10% da população agrícola activa verificada entre 1985 e 1991 ter constituído um desafio suplementar em termos de luta contra o desemprego»

Jacques Delors, 1997, sobre Portugal.


É verdade, há vários mitos sobre o Estado Novo, mas deixe que lhe diga que, nesse campeonato, nenhum rivaliza com ele próprio nem com as suas "bondosas" criações.
publicado por Manuel Pinheiro às 15:20 | comentar | ver comentários (4) | partilhar

Identidades letais


A Letónia discute por estes dias o ensino da história nacional, e inflamadamente, rezam as crónicas - se é que o advérbio faz sentido a tão gélida latitude. Uns letões (ou letónios?) querem que a história da pátria seja uma disciplina autónoma da história universal, ao contrário do que sucedia até agora, invocando a necessidade de fortalecer a identidade colectiva e o espírito de cidadania. Outros letónios (ou letões?) pretendem manter o actual sistema e alertam para os comprovados perigos do nacionalismo e para a estreiteza de uma noção étnica de cidania na era da globalização.
O dilema é tudo menos simples, como sabe quem já tenha ensinado história no básico ou no secundário, mas na Letónia complica-o ainda mais o pormenor de um terço da população descender de russos que o camarada Estaline, nos bons velhos tempos do império comunista, trouxe para as margens do Báltico. Bons velhos tempos esses em que a história do país era explicada às criancinhas como parte integrante do passado soviético. Os letões (letónios?) russófonos temem agora que uma história especificamente letónia (letã?) nos curricula seja o despertar de um sentimento anti-russo que sempre existiu, mas que estava adormecido desde a proclamação pacífica da independência em 1991.
Talvez isto pareça um pouco distante aos meus compatriotas, que nunca conheceram grandes divisões étnicas, linguísticas ou religiosas, mas mostra como a identidade nacional é fruto, não da natureza, mas da história. E a nossa história é longa. Tão longa que Eduardo Lourenço chamou um dia à identidade portuguesa uma "sobre-identidade". Expulsámos os judeus e os mouros em 1496, um décimo da população lisboeta era negra no século XVI, os espanhóis dominaram-nos durante 60 anos, em Barrrancos têm touros de morte e em Miranda do Douro o mirandês, o Alberto João quer a independência (ou talvez não) e a Cova da Moura já a tem, mas nada que se compare ao barril de pólvora que são algumas nações da Europa.
Por cá não há histórias letãs (ou letais?). O pessoal só desata à pancada por causa de concursos de televisão.
publicado por Pedro Picoito às 11:50 | comentar | ver comentários (4) | partilhar

Da série "Posta Restante"

"I once asked Alan Rickman (the chief terrorist in Die Hard) if he had an explanation for why Brits are always cast as villains in American films. "It`s because we can act, dear boy", he said."

Toby Young, "Here`s why the Brits win so many Oscars", in The Spectator, 24/2/07
publicado por Pedro Picoito às 11:42 | comentar | partilhar
Segunda-feira, 26.02.07

Liberdade no Trabalho

Os números não enganam. Com a taxa de desemprego mais alta dos últimos 20 anos (8,2%) e um crescimento que é menos de metade da média europeia, Portugal continua a empobrecer. Apesar do povo estar entretido com temas mais picantes, como o aborto ou o carnaval da Madeira, é preciso olhar para as causas do nosso atraso.
No relatório Going For Growth 2007 a OCDE aponta a legislação do trabalho como uma das razões da nossa baixa produtividade (em queda desde 2000, apesar da contenção salarial). Segundo a OCDE, Portugal tem uma legislação de protecção do emprego pouco flexível, sobretudo devido às regras sobre despedimento individual.
Não vale a pena assobiar para o lado. Somos uma economia aberta e a sobrevivência das empresas depende da capacidade de adaptação à mudança. Para isso é essencial encontrar um novo equilíbrio entre flexibilidade e segurança no factor trabalho.

E o que se quer dizer com flexibilidade? Duas coisas essenciais: flexibilidade na organização interna das empresas (mobilidade, polivalência, horários flexíveis, conciliar vida familiar e profissional, salário em função do mérito) e flexibilidade legal para contratar e despedir. Sendo ambas importantes, queria centrar-me nesta última que é crítica. Recordo que a nossa lei sobre despedimentos foi considerada a mais restritiva da UE15 (OCDE, Perspectives de l’emploi, 2005).
Concordo que o problema não está apenas na lei, mas também na prática dos tribunais. Mas é hoje inegável que a legislação nacional está desajustada da realidade, conduzindo à fraude, como o recurso habitual aos contratos a termo e ao trabalho falsamente “independente”. Para que serve então uma lei que não é cumprida e que condena os jovens a sucessivos contratos precários? Não estou a exagerar: vejam-se os números sobre o crescimento do desemprego jovem em Portugal (Livro Verde sobre Relações Laborais).
O Governo já anunciou que vai mexer no Código do Trabalho. Não podemos permitir que os preconceitos ideológicos ou uma leitura “passadista” da Constituição impeçam as mudanças. Já passou o tempo dos “ajustamentos”: a crise é estrutural e carece, portanto, de soluções estruturais. Este será o grande teste à capacidade reformista de Sócrates.
Para ler mais, vejam o meu texto de hoje no Diário Económico.
publicado por Paulo Marcelo às 16:45 | comentar | ver comentários (2) | partilhar

Zee Germans

publicado por Manuel Pinheiro às 12:32 | comentar | ver comentários (2) | partilhar
Domingo, 25.02.07

Poligamia?

Descobri ontem esta capa do New Yorker que tinha guardado há alguns meses. Achei interessante porque pode ser vista de duas formas: (a) dois casamentos, um tradicional (bancos da frente) e um moderno (banco de trás). Ou, alternativamente, (b) o casamento de um polígamo. Porque é que a sociedade (pelo menos a sociedade americana) tem uma atitude tão diferente em relação a (a) e (b)?
publicado por Joana Alarcão às 15:31 | comentar | ver comentários (16) | partilhar

Pensão Portugal (∗∗)

Consta que o Alberto João está descontente com o serviço e quer sair. Às vezes acho-lhe graça, mas sempre deu problemas e mau nome à casa, desde os tempos em que escandalizava as velhinhas com sonoros traques, pelos cafés de Coimbra.

Que vá. Que arranje casa própria, quem lhe ature os palavrões e lhe lave as cuecas depois do Carnaval.

Mas antes de sair paga o que deve. O estabelecimento pode ser mal frequentado mas não é albergue de caloteiros.
publicado por Joana Alarcão às 12:12 | comentar | ver comentários (4) | partilhar
Sexta-feira, 23.02.07

A Mentira

Dois anos depois da eleição que conduziu Sócrates ao Governo, já poucos recordam as mentiras que o conduziram lá. Tornaram-se banais e, para muitos, inevitáveis em face do objectivo "ganhar a eleição". Mais recentemente, a propósito do referendo do aborto, de novo vimos altos representantes do SIM e do PS - veja-se, entre outros, Maria de Belém Roseira, Ana Catarina Mendes e Rui Pereira - defenderem um compromisso com o eleitorado, que no dia seguinte os seus porta-vozes negaram em absoluto.
Eles mentem, eles perdem - dizia-se.
Agora o mote é assumidamente outro: eles ganham, eles mentem.
Para que querem então ouvir os eleitores?
Da resposta a esta pergunta depende a manutenção do nosso regime. E temo que se a Democracia se aprofundar na Mentira, sejamos levados - mais cedo ou mais tarde e com mais ou menos marketing - a questionar a bondade da sua subsistência.
publicado por Filipe Anacoreta Correia às 15:28 | comentar | ver comentários (15) | partilhar

Doirar a pílula

Excelente texto do Luis Pais Antunes ontem no DN.
publicado por Paulo Marcelo às 14:47 | comentar | ver comentários (2) | partilhar

Bomba na Feminista



Degas "Interior", 1868-69 e "Mulher Nua Limpando o Pé", 1885-86.

A tensão entre os sexos e as poses humilhantes a que Degas sujeita o feminino são um tema recorrente nas telas de um pintor extremamente considerado e apreciado na grande maioria das elites culturais do Ocidente.

Se fosse feminista tentaria pôr um fim a esta vergonha, a esta constante exposição de uma relação de superioridade machista e ofensiva nos principais museus do Ocidente civilizado.

Obras de arte ou "lenta crueldade e um ódio paciente" em relação às mulheres? Vote voçê também.
publicado por Joana Alarcão às 13:18 | comentar | ver comentários (5) | partilhar
Quinta-feira, 22.02.07

Procurador Pio

O Procurador Geral da República (PGR) - já aqui escrevi - tem dado alguns sinais que nos devem preocupar: a sua disponibilidade para aderir à agenda do Governo e do PS foi pelo menos sugestionada em diferentes momentos.
Nos casos "Apito Dourado" e "Operação Furacão", o Procurador pareceu agir a reboque do Governo.
A propósito da participação da Magistrada Maria José Morgado numa acção do Grupo Parlamentar do PS, o Procurador respondeu no próprio dia (e sem tempo para averiguar) a um pedido formal de um deputado, através de uma «nota para a comunicação social» (ver em notas de imprensa / 2007).
Mostrou que decidiu sem investigar, falou sem apurar. Num momento sensível, com uma campanha a decorrer, o Procurador parece ter revelado para que lado tomba o seu coração: mais para o corporativismo do que para a independência; mais para o poder do que para a defesa da legalidade. E, sobretudo, demonstrou pouco sentido institucional.
Agora, o Senhor PGR volta através de um périplo pela comunicação social. Ontem, em entrevista a Judite de Sousa. Hoje, no Público.
Nos dois casos, o Dr Fernando Pinto Monteiro faz declarações no mínimo surpreendentes: arguidos ficam a saber pelos "jornais" notícias dos "seus" processos; cidadãos ficam a saber que serão implicados, directa ou indirectamente, em processos que decorrem sob segredo de justiça. Houve vários deslizes em que não me quero deter, porque a crise das instituições não merece eco.
Há, contudo, uma importante omissão a realçar: o processo que, outrora, abalou o regime, deixou de existir. O processo "Casa Pia" parece ser, hoje, uma miragem, sem qualquer relevância, nem merecedor de qualquer comentário. Apenas uns meses após a sua tomada de posse, já ninguém se refere à "Crise Casa Pia", enquanto temos outros processos com que nos entreter.
Não sei se se pretende que o processo da pedofilia caia no esquecimento de todos. Mas estou convencido que haverá quem continue a apoiar o PGR, caso assim seja. Se não é a pedido, até parece...
publicado por Filipe Anacoreta Correia às 20:40 | comentar | ver comentários (3) | partilhar

Corte na aldeia

Há dias, preparando o próximo artigo para a Atlântico, dei com uma pergunta que Vitorino Magalhães Godinho fazia em 1971: "não será toda a nossa literatura essencialmente de corte na aldeia?" Questão retórica - o ilustre historiador queria dizer que Portugal nunca conhecera uma urbanização comparável à dos países desenvolvidos, ou até à de Espanha, e que isso se reflectia na literatura, quase toda de cenário rural ou malquista com a cidade. E citava como exemplos Gil Vicente, o próprio Rodrigues Lobo, Herculano, Camilo, Júlio Dinis - à excepção de Uma Família Inglesa -, Guerra Junqueiro, Alves Redol, Manuel da Fonseca e o inevitável Torga. Só escapavam ao anátema bucólico o Eça d`Os Maias (mas não o d`A Cidade e as Serras) e os "recentes" Rodrigues Miguéis e Abelaira.
Pus-me a pensar. Seria verdade? E, se fosse verdade então, continuaria a sê-lo hoje?
Não, não era bem verdade, embora a essa lista se devessem acrescentar A Sibila de Agustina, a Aparição de Virgilio Ferreira ou mesmo O Delfim de Cardoso Pires. Mas Godinho esquecia Fernão Lopes, o mais vigoroso retratista que Lisboa já teve. Gil Vicente metera o Rossio e a Betesga no Pranto de Maria Parda, uma deliciosa mina de informações sobre a Baixa do seu tempo. E o Eça das Farpas? E Cesário Verde, com o seu extraordinário catálogo de sons, cores, cheiros, tipos e quadros da capital? E Pessoa, tanto o ortónimo que ouvia no campanário dos Mártires "o sino da minha aldeia", em pleno Chiado, como o Bernardo Soares do Livro do Desassossego, que Steiner coloca, com Borges e Kafka, entre os "escritores de cidades"?
E de então para cá? Em 1971, talvez Magalhães Godinho não tivesse lido Ruy Belo, um poeta que começara a publicar dez anos antes e que um dia, em belíssimos versos, comparara as lágrimas de Cristo sobre Jerusalém à visão de Lisboa do Alto da Serafina. É menos provável que desconhecesse Alexandre O`Neill, o genial O`Neill que chamara à cidade "Nápoles por suíços habitada". Ou o António Gedeão da "Calçada de Carriche". E os mais "recentes" ainda? Que diria de Saramago ou Lobo Antunes, da portuense Sophia que se apaixonou pela Graça, de Eugénio de Andrade, de Graça Moura, de Assis Pacheco, de João Miguel Fernandes Jorge?
Nunca saberemos. Mas uma coisa é certa: há hoje muito mais autores a levar para os seus livros o ruído citadino. Somos finalmente um país urbano?
publicado por Pedro Picoito às 16:40 | comentar | ver comentários (1) | partilhar

Da série "Cachimbos de lá"

Vincent Van Gogh, Cadeira de Vincent com Cachimbo (1888)
publicado por Pedro Picoito às 16:37 | comentar | partilhar

... e ele nunca viu televisão

Tem-se falado tanto de jornais aqui no Cachimbo que não resisto a “postar” uma pequena frase que tenho em cima da minha mesa de trabalho e para onde olho sempre que preciso de consolo espiritual:

«The daily press is the most infamous attempt to constitute the lack of conscience as a principle of the state and of humanity».

Soren Kierkegaard

NB: Se me arranjarem a citação precisa deste excerto, agradeço. (Ah, e claro, eu sei que o autor, sendo norueguês, não escrevia estas coisas em francês...)

publicado por Joana Alarcão às 14:53 | comentar | ver comentários (4) | partilhar

O novo P

Ainda esperei uns dias para ver se era apenas uma primeira impressão. Leio o jornal desde que me conheço, há hábitos que se criam, talvez fosse apenas aversão à mudança. Mas não. A opinião mantém-se: não gosto da nova imagem gráfica do Público.
A letra está pequena, não apetece ler, sobretudo os textos de opinião, a grande força do jornal. As páginas estão cheias, falta espaço para respirar. A nova organização parece confusa, talvez ainda falta de hábito. Compreendo a necessidade de actualizar o logótipo, inclusive para resultar na net, mas substituir uma marca forte por um banal “P”, sem história e sem graça, parece um novo-riquismo de mau gosto e arriscado. O que os títulos e destaques ganharam em cor perderam em elegância.
Lamento o final da Xis, pela variedade e qualidade dos temas que trazia. A Pública mantém-se medíocre, sem personalidade: um amontoado de artigos e fotos, sem unidade e um fio condutor. Dou o benefício da dúvida ao Ípsilon. Quanto ao Inimigo Público continua a perder fôlego, talvez o humor não seja mesmo eterno. Persiste a fixação nas piadas contra o José Manuel Fernandes, há ali qualquer coisa.
Compreendo que se tinha de mudar para conquistar – ou não perder – leitores para os novos espaços digitais, mas tal não devia ser feito com prejuízo da consistência e do registo próprio de um jornal de referência. Prefiro mudanças tranquilas, subtis, como a do Diário Económico - mudou muito, alguém notou? - às revoluções gráficas que atacam regularmente certos jornais portugueses. Espero enganar-me, mas não parece ser ainda desta vez que o Público vai levantar a cabeça.
publicado por Paulo Marcelo às 10:36 | comentar | ver comentários (3) | partilhar
Quarta-feira, 21.02.07

Do Outro Lado do Mundo (II): Dominos e a Nova Internacional

Em tempos, a teoria do domino' foi invocada para administrar o receio do dominio vermelho no Sueste Asiatico. A teoria, felizmente, nunca foi confirmada. Mas, agora, goza de uma redobrada reputacao. A Internacional, porem, ja' nao e' a mesma.
De acordo com o Bangkok Post, na Malasia, o governo do Estado de Terengganu anunciou a intencao de recrutar "espioes" entre a populacao que ajudem a denunciar os encontros potencialmente adulteros. Nos restaurantes, o alegado adultero podera' pedir a conta 'a mesma pessoa que descrevera' o seu jantar romantico ao Comite' Islamico e para o Bem-Estar.
Na Tailandia cresce o medo da internacionalizacao do movimento separatista islamico na fronteira sul com a Malasia. A revolta persiste apesar da repressao, e o caudal de cadaveres engrossa com o passar do tempo num pais tradicionalmente pacifico segundo padroes regionais. A promessa do ex-Primeiro Ministro Thaksin - entretanto deposto por um golpe militar -, que ameacava manter a Tailandia unida, nem que para isso tivesse de "cobrir a terra com sangue", ainda paira no ar.
Mais a sul, a comunidade muculmana da Australia alimenta a polemica sobre o hastear da bandeira da nacao nas mesquitas. Aparentemente, o problema foi avivado depois de um tal Sheik Hilali ter descrito os "Ocidentais" como um reles bando de trapaceiros e opressores. Para delirio de muitos dos seus fieis, o clerigo avancou a tese irreprovavel de que a Australia pertence aos muculmanos, e nao aos brancos inimigos da verdadeira religiao.
Por ultimo, varios peritos asiaticos repetem insistentemente o palpite de que o Bangladesh sera', a curto prazo, o futuro crescente fertil da Al-Qaeda e seus aliados.
E' ja' ali, no outro lado do mundo.
publicado por Miguel Morgado às 15:03 | comentar | ver comentários (9) | partilhar

Do Outro Lado do Mundo (I): a Politica do Desespero

Na Coreia do Sul, as taxas de suicidio atingiram dimensoes de horror. Em 2005, o numero de mortes por suicidio ultrapassou por um factor de 1,5 o numero de obitos em resultado de acidentes de viacao. Treme-se so' de esbocar a conversao desta proporcao 'a realidade portuguesa.

O governo sul-coreano ja' anunciou algumas "medidas" que a calamidade exige: criacao de "centros de aconselhamento", vedacao de terracos e pontes, e a reducao da producao de "herbicidas toxicos" (!). Se Plutarco e Hobbes fossem vivos, recomendariam - com toda a dureza que, por vezes, os caracterizava, e na ignorancia das patologias psicologicas - que se expusesse publicamente os cadaveres nus de quem tivesse praticado o suicidio. Foi assim que se curou o mal numa certa cidade antiga.

Se conhecessem a ancestral cultura do suicidio do Extremo Oriente, Plutarco e Hobbes sentir-se-iam ainda mais confirmados nos seus conselhos. Pensando com ambos, este seria o modo mais directo e mais desumano de colocar o orgulho contra si proprio.
publicado por Miguel Morgado às 14:51 | comentar | ver comentários (1) | partilhar

Publicidade institucional

Um amigo meu, José Eduardo Franco, escreveu uma tese de doutoramento sobre O Mito dos Jesuítas em Portugal, no Brasil e no Oriente (Séculos XVI-XX). A Gradiva resolveu editá-la - o que diz bem do seu interesse para o público não académico -, e o lançamento será amanhã, às 18h30, no auditório do Centro Cultural e Científico de Macau (R. da Junqueira, 30, Lisboa).
Apareçam.
Ou, então, leiam o livro. Se outros méritos não tivesse, e tem, é uma excelente introdução à história do jacobinismo lusitano, o tal que ganhou há pouco um referendo.
publicado por Pedro Picoito às 11:25 | comentar | ver comentários (3) | partilhar

Cachimbos

O Cachimbo de Magritte é um blogue de comentário político. Ocasionalmente, trata também de coisas sérias. Sabe que a realidade nem sempre é o que parece. Não tem uma ideologia e desconfia de ideologias. Prefere Burke à burqa e Aron aos arianos. Acredita que Portugal é uma teimosia viável e o 11 de Setembro uma vasta conspiração para Mário Soares aparecer na RTP. Não quer o poder, mas já está por tudo. Fuma-se devagar e, ao contrário do que diz o Estado, não provoca impotência.

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