Uma maioria confortável na Câmara dos Representantes rejeitou ontem o "Plano Paulson". Em rigor, ninguém sabe muito bem se o dito Plano, caso viesse ou venha ainda, mas com outro nome, a ser posto em prática, é capaz de resolver a crise financeira norte-americana e mundial. Só se sabe que a votação da Câmara dos Representantes - tanto esta que rejeitou o plano como uma outra que o tivesse aprovado - foi uma vitória da democracia política. Viva, portanto, a democracia num momento em que os tecnocratas esclarecidos e muitos neo-keynesianos suspiram pela instauração de uma qualquer espécie de despotismo, seja ele iluminado ou não.

Gostei da crónica do Pedro Mexia sobre Ruy Belo, no Público de hoje (parcialmente disponível aqui). Mexia faz de Belo uma leitura visceral, pessoal, íntima, como muitos católicos da geração anterior que se incluem a si mesmos entre os "vencidos do catolicismo", na expressão do poeta que João Bénard popularizou, querendo nomear todos aqueles que, nos difíceis anos 60 e 70, se afastaram da Igreja sem perder a fé.
Ver o fim do video. Resta saber até que ponto a maior gaffe da campanha até agora penetrará o silêncio imposto pelos media. É claro que a hostilidade entre a campanha de McCain e a imprensa foi um erro possivelmente fatal. Os media de referência são mais poderosos do que há quatro ou oito anos. E McCain levou o conflito muito mais longe e mais a sério do que Bush.