Doeu. E não há como ignorar os erros flagrantes de Queiroz. Alguns dos quais foram implicitamente reconhecidos pelo próprio com a segunda e terceira substituições. Como o Nuno já disse mais abaixo, a defesa de Portugal continua a ser o seu sector mais forte ou pelo menos estável. É assim desde 2002. R. Carvalho e Bruno Alves constituem uma excelente dupla de centrais e Fábio Coentrão é o lateral esquerdo que a selecção há muito não tinha. Além disso, Eduardo fez um torneio extraordinário, sobretudo tendo em conta as minhas expectativas quanto à sua prestação.
Lá mais para a frente é que as coisas se complicaram. Tiago e Raúl Meireles fizeram um bom Mundial, mas não suficientemente bom para jogar contra as selecções candidatas ao título - no nosso caso, Brasil e Espanha. É evidente que Pedro Mendes teria de ser titular contra a Espanha. Contra o melhor meio-campo do mundo - aquele Xavi é, de facto, um fenómeno - não podia haver recuperações de jogadores. Era Pedro Mendes quem estava em condições, não Pepe, que apesar de tudo já sabe cantar o hino.
O resto não resultou. Simão foi Simão. Danny, que no Zenith mostra todas as suas inegáveis qualidades, não se dá bem com a selecção. E depois temos C. Ronaldo. Aquela crista levantada já o serviu muito bem nos momentos em que é preciso desejar ganhar e ser melhor do que o adversário. Mas convém por vezes baixar um pouco a crista quando o que se pede é talvez humildade. Aí não há como deixar de recomendar o caso de Messi. Nunca o vi fanfarrão. E não se tem saído mal.
Seja como for, saímos derrotados pela Espanha. Depois da nossa eliminação e da Itália, espero que a Espanha seja campeã do mundo. Têm equipa para isso. Ainda mais se Torres finalmente acordar.