Indivíduo de nome José Sócrates, por acidente primeiro-ministro, esta tarde no debate, em São Bento: incongruências,incoerências, a cobardia argumentativa, descaramento inimputável, momices sem qualquer respeito pelo povo que governa e que o elegeu e que, agora, vai sofrer as consequências da sua casmurrice e incompetência políticas, um sujeito sem vergonha que exulta nas suas trampolinices, no fundo, rindo-se dos apertos em que colocou os outros, etc.
Atenhamo-nos ao que se assistiu hoje no debate. Temos um problema complicado se eu disser que hoje, no parlamento, esteve, não um primeiro-ministro, mas sim qualquer coisa como um... (pesemos as palavras) ...palhaço desprezível. O problema reside nisto: não posso dizer que se avistava ali não um primeiro-ministro, mas um palhaço sumamente desprezível, porque a insultuosa truanice da criatura se revela, precisamente, quando ela é o que não é: estava ali um palhaço, porque estava ali aquele primeiro-ministro. Um não está presente quando o outro está ausente - está presente por o outro também o estar. É palhaço na medida em que pretende ser levado a sério (ser visto como um não-palhaço). Um honrado palhaço assumidamente como tal, um autêntico profissional da palhaçada, não seria, ali, um palhaço tão perfeito quanto este; pelo contrário, um primeiro-ministro que ofereça o espectáculo de hoje na nossa situação presente, precisamente por estar ali como governante e não mostrar a cara pintada e nariz postiço vermelho nem envergar roupa remendada e peruca flamejante, transfigura-se naquilo que é realmente: um palhaço desprezível. Por outras palavras, é palhaço por ser primeiro-ministro. É sumamente palhaço quando não é palhaço. Com uma ressalva: aquela identificação é possível não por ser um primeiro-ministro enquanto tal, mas sim por ser o primeiro-ministro José Sócrates.