Quinta-feira, 30.09.10

Problema complicado

Indivíduo de nome José Sócrates, por acidente primeiro-ministro, esta tarde no debate, em São Bento: incongruências,incoerências, a cobardia argumentativa, descaramento inimputável, momices sem qualquer respeito pelo povo que governa e que o elegeu e que, agora, vai sofrer as consequências da sua casmurrice e incompetência políticas, um sujeito sem vergonha que exulta nas suas trampolinices, no fundo, rindo-se dos apertos em que colocou os outros, etc.
Atenhamo-nos ao que se assistiu hoje no debate. Temos um problema complicado se eu disser que hoje, no parlamento, esteve, não um primeiro-ministro, mas sim qualquer coisa como um... (pesemos as palavras) ...palhaço desprezível. O problema reside nisto: não posso dizer que se avistava ali não um primeiro-ministro, mas um palhaço sumamente desprezível, porque a insultuosa truanice da criatura se revela, precisamente, quando ela é o que não é: estava ali um palhaço, porque estava ali aquele primeiro-ministro. Um não está presente quando o outro está ausente - está presente por o outro também o estar. É palhaço na medida em que pretende ser levado a sério (ser visto como um não-palhaço). Um honrado palhaço assumidamente como tal, um autêntico profissional da palhaçada, não seria, ali, um palhaço tão perfeito quanto este; pelo contrário, um primeiro-ministro que ofereça o espectáculo de hoje na nossa situação presente, precisamente por estar ali como governante e não mostrar a cara pintada e nariz postiço vermelho nem envergar roupa remendada e peruca flamejante, transfigura-se naquilo que é realmente: um palhaço desprezível. Por outras palavras, é palhaço por ser primeiro-ministro. É sumamente palhaço quando não é palhaço. Com uma ressalva: aquela identificação é possível não por ser um primeiro-ministro enquanto tal, mas sim por ser o primeiro-ministro José Sócrates.
publicado por Carlos Botelho às 23:46 | comentar | ver comentários (21) | partilhar

"Bancarrota Sócrates"

António Lobo Xavier acaba de chamar a este período que estamos a viver de "Bancarrota Sócrates". Quando os historiadores avaliarem o que se passou nestes últimos anos e a forma como chegamos até aqui, este será um título perfeitamente adequado. Não terá sido por falta de aviso que Portugal bateu no fundo. Além de Manuela Ferreira Leite, vários economistas e especialistas na área foram avisando ao longo dos últimos anos que era preciso parar: de gastar dinheiro, de desperdiçar fundos, de políticas eleitoralistas e de mentir aos portugueses. Mas José Sócrates nunca ouviu ninguém e continuou o seu caminho rumo ao abismo. Ficará na história, como sempre desejou. Mas não pelos bons motivos.

PS: o partido albanês que lidera também é co-responsável pela situação. Não esquecer o que eles foram dizendo ao longo do tempo, sempre prontos a mudar de opinião conforme as atitudes do líder. E relembrar, sempre, as mentiras que foram ditas na última campanha eleitoral. Basta visitar o blogue Simplex.
publicado por Nuno Gouveia às 23:06 | comentar | ver comentários (7) | partilhar

Gilese

Um óptimo sítio para o bacharel Sócrates lançar um clube de jogging.
publicado por Tiago Mendes às 22:26 | comentar | ver comentários (1) | partilhar

Sim, sim, sim! Faremos, um dia! (Lá mais para o Verão)

... mas, da Comissão Europeia ao Banco Central Europeu, toda a Europa pediu a Portugal que haja (sic) reformas estruturais a acompanhar o novo pacote de austeridade.

Aqui.
publicado por Jorge Costa às 16:49 | comentar | ver comentários (5) | partilhar

A biografia do "engenheiro" para americano ver

publicado por Paulo Marcelo às 16:45 | comentar | ver comentários (8) | partilhar

Quem dizia que eram o mesmo?

Bebé nasce três semanas após a morte da mãe.
publicado por Paulo Marcelo às 16:30 | comentar | ver comentários (1) | partilhar

Much ado about less than nothing

Os custos de financiamento, público e privado, são a variável que deve estar no foco das decisões que se tomam neste momento.

Os custos de financiamento do Estado, nos mercados de dívida, não apresentam alterações significativas, nem seria natural que apresentassem.

Por várias razões. Com a medida adoptada pelo Governo para corrigir a execução orçamental e garantir um défice de 7,3% no final do ano, absorvendo o fundo de pensões da PT, o Governo mostra a sua falta de vontade para mudar. Não resolve nenhum problema de fundo e agrava os já existentes. As medidas anunciadas para 2011, tendo embora impacto na despesa e na receita, são, em todo o caso, reversíveis, e está por provar que serão politicamente exequíveis. A esquerda do PS não pode viabilizar um orçamento que reduz salários e pensões, e, até prova em contrário, a direita não se dispõe a permitir um aumento de impostos. Entretanto, o toque de trombeta para mobilizar resistências está dado. Tudo somado, nada de certo se prefigura. É natural que os mercados reajam em conformidade.

A racionalidade de recorrer ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira deveria, pois, estar a ocupar o essencial do debate, que só poderia – eventualmente – ser substituído por um outro: em torno de medidas que, efectivamente, fossem susceptíveis de começar a infundir confiança e substituir a necessidade do Fundo; suficientemente virtuosas para – eventualmente – produzir a almejada diminuição dos custos de financiamento. O que se fez não vai nesse sentido. Mas, mesmo na circunstância de haver força de vontade e entendimento político para as pôr em prática, por que razão o fazer na incerteza sobre os seus efeitos nos custos de financiamento, e não com a certeza (taxas de juro mais reduzidas) e as disponibilidades do Fundo?

A questão aparece com tanta mais pertinência quanto se, e quando, formos forçados, pela contínua pressão das taxas de juro, a recorrer ao Fundo, o orçamento que, entretanto, anda Portugal inteiro a discutir passa a ser um nado-morto. Mas um nado-morto já razoavelmente encarecido, política e financeiramente falando.

A Alemanha só aceitará o recurso português perante um programa de consolidação orçamental a sério, com algumas reformas a sério, muito mais duro do que o ontem anunciado. Entretanto, ter-se-ão queimado mais umas semanas ou, na melhor das hipóteses, meses, mobilizando resistências contra algo que nada vale, pois o que vier a valer terá de ser a... valer.
publicado por Jorge Costa às 13:23 | comentar | ver comentários (7) | partilhar

Pé-coxinho

Mostrando uma elevada sensibilidade, e revelando candidamente o mais fundo - o DNA, como agora se diz - do seu pensamento político, Almeida Santos declarou que os portugueses devem, por causa da crise, aprender a sofrer como o governo sofre. Eu, pessoalmente, não me importava nada de sofrer com esta crise como o Dr. Almeida Santos sofre. Desgraçadamente, é-me impossível. De PEC em PEC - já vamos no terceiro, e outros virão aí, não haja dúvida -, os portugueses, contrariamente ao que verosimilmente acontece ao Dr. Almeida Santos, começam a desenvolver a técnica de andar a pé-coxinho, para gastarem menos as solas dos sapatos. Uma ligeira diferença entre o grosso da população e o presidente do Partido Socialista.
Outra diferença é que o imagino, ao contrário de muita gente, satisfeitíssimo com o novo CV do primeiro-ministro, o CV apresentado em Nova Iorque: licenciado em Coimbra. Em Coimbra, meu Deus! Ainda não Professor Doutor, mas quase um lente. E digo "ainda não" porque, apesar de tudo, há esperanças que se podem guardar nestes tristes tempos. Aquando do próximo PEC, imagino-no-o já doutorado por Cambridge (a melhor universidade do mundo, este ano). Até já me pus a conjecturar o assunto da tese. Depois digo-vos se acertei.
publicado por Paulo Tunhas às 12:13 | comentar | ver comentários (3) | partilhar

Estamos satisfeitos? Ou queremos mais 15 anos de socialismo?

O Álvaro Santos Pereira explica por que é que este Ministro das Finanças é pouco mais do que um comissário político e não merece credibilidade. Explica ainda que algumas destas medidas propostas são a simples extensão da incompetência e da irresponsável relutância em enfrentar o problema.
Ontem à noite, tudo o que estava ligado ao PS repetia as palavras "responsabilidade" e "estamos conscientes". Mais valia que gozassem descaradamente com o povo português, como de resto esse retrocesso civilizacional chamado Almeida Santos fez. Se há coisa que este Governo demonstra é a sua irresponsabilidade e a sua inconsciência.
publicado por Miguel Morgado às 11:35 | comentar | ver comentários (5) | partilhar

Incompetência ou simplesmente má-fé?


Ao princípio, a crise não ia afectar Portugal. Passados uns meses, iria afectar menos do que aos outros países. Depois que iríamos ser o primeiro país a sair da crise. O discurso de José Sócrates foi mudando, mas o objectivo era sempre o mesmo: criar uma aparência de sucesso, mascarado de optimismo, para ganhar as eleições legislativas de 2009 contra aquela senhora que insistia em falar em verdade e dizia que não havia dinheiro. Sim, aquela que alguns diziam que não sabia falar nem sorrir, lembram-se? Tudo isto com o apoio da comunicação social amiga (DN, JN, TSF, Lusa, RTP, RTPN, entre outros), sempre disposta a suportar o socratismo e a sua propaganda. Recordo que, em Julho de 2008, quando a crise já tinha rebentado em força, por todo o lado, e vários países tomavam medidas de auteridade, em Portugal se aumentavam os funcionários públicos em 3,5%. E se aprovava um orçamento de ficção, mais tarde rectificado várias vezes para tapar os buracos, que desde o princípio todos conheciam. E avançou-se, por teimosia e irresponsabilidade, com grandes obras públicas, como o TGV ou as novas concessões rodoviárias, que vamos andar a pagar durante décadas. Mas era preciso ganhar as eleições e para isso a verdade não servia. Era preciso mentir. E mentir. E voltar a mentir. Entretanto o mundo mudou em poucas semanas. Mudou antes do PEC1. Voltou a mudar antes do PEC2. E mudou outra vez ontem, para justificar um novo aumento de impostos e medidas tão duras, quanto tardias e desesperadas. Medidas que deveriam ter sido tomadas logo no início da crise, antes das legislativas de 2009. Por tudo isto, a dúvida para mim está esclarecida: este Governo não é apenas incompetente, é mentiroso e actuou de má-fé desde o princípio.
publicado por Paulo Marcelo às 09:44 | comentar | ver comentários (8) | partilhar

Leitura facultativa

Todos já perceberam que é impossível derrotar o PS sem primeiro derrubar o seu dono. PS quer hoje dizer ‘Partido de Sócrates’.

Hoje no CM

publicado por Paulo Pinto Mascarenhas às 02:00 | comentar | ver comentários (5) | partilhar

Leitura obrigatória

Os tempos estão maus para o pensamento mágico e é preciso fazer contas. O problema é que há contas que o primeiro-ministro não quer fazer.

Paulo Tunhas

publicado por Paulo Pinto Mascarenhas às 01:47 | comentar | ver comentários (4) | partilhar

Grande Finale (52)

À bout de souffle, Jean-Luc Godard, 1960

publicado por Carlos Botelho às 00:00 | comentar | ver comentários (3) | partilhar
Quarta-feira, 29.09.10

Read his lips

José Sócrates tem um grave problema com a verdade. A ler este post do Pedro Correia.
publicado por Nuno Gouveia às 23:42 | comentar | ver comentários (4) | partilhar

Privilegiados e mal agradecidos

publicado por Carlos Botelho às 23:14 | comentar | ver comentários (6) | partilhar

Para lavardes os olhos

...os olhos e, principalmente, o que lhes está atrás: por aqui.
publicado por Carlos Botelho às 23:05 | comentar | ver comentários (1) | partilhar

Austeridade (5)

O Pedro Guerreiro está na TVI e acaba de repetir o que se tornou num lugar-comum, a saber, que até agora "quem pagou a crise foram os desempregados", para dizer que a partir de agora todos pagarão a crise. O lugar-comum está incompleto. Até agora não foram só os desempregados a pagar a crise, embora tenham sido esses que pagaram mais, por assim dizer. Foram também todos os trabalhadores do sector privado que têm partes substanciais dos seus salários em montantes variáveis (prémios, bónus, etc.) Esses estão a ganhar menos há dois anos, quando não três (e não estou a falar dos gestores de topo, nem de ociosos conselheiros de administração, mas de gente ligada aos departamentos comerciais, por exemplo). As renegociações de horários, horas extraordinárias e dos salários que decorreram, e estão a decorrer, em várias empresas por todo o País, tudo isto tem de contar como diminuição dos salários, como diminuição do nível de vida.
E não esquecer os empresários que viram as suas empresas falir. É que ao contrário do que diz a extrema-esquerda, e muita da esquerda do "socialismo democrático" que normalmente fala bem instalada no conforto dos seus empregos protegidos, muitos dos empresários que andam por aí não têm Ferraris escondidos na garagem, nem contas na Suíça. É gente que quando perde a sua pequena empresa perde tudo, ou quase tudo.
Esta gente, trabalhadores e empresários, está a pagar a crise há muito tempo.
publicado por Miguel Morgado às 20:40 | comentar | ver comentários (8) | partilhar

Empurrar o buraco com a barriga (& escavá-lo um bom bocado mais)

Para o ano é que é!

Portanto, estava tudo muito bem na execução do orçamento em curso. E, como estava tudo muito bem, para ficar melhor ainda vêm ao orçamento, a título de receita deste ano, 2,6 mil milhões de euros do fundo de pensões da PT. Os compromissos que têm de cobrir ficam para orçamentos posteriores. Chama-se a isto empurrar o buraco com a barriga. Ele continua intacto. Ou melhor: não continua; aprofunda-se; de facto, as receitas cobrem despesas imediatas (e que não são eliminadas); os compromissos, que não existiam no Estado, e que o fundo deveria cobrir, permanecem e passam a integrar as responsabilidades do Estado. São despesa futura agregada. Resta saber se os mercados comem o jogo, pois é claro que, tendo entrado Portugal em foco, tanto ou mais importante que não exceder as necessidades de financiamento anunciadas é a forma como se estanca o seu crescimento num exercício. Sobre a dita forma estamos falados. Será suficiente anunciar, acto contínuo, uma redução na massa salarial de 5%*, com efeito em 2011**, a par de aumentos de impostos (num cenário económico incerto, para não dizer mais) e reduções em prestações sociais (cujo conteúdo e efeito terá ainda de ser visto melhor)? Não sei. Eu sei o que faria se fosse investidor. Mas não sou e, por isso, abstenho-me de comentar. A coisa do para-o-ano-é-que-é pode já não pegar.

* A mentirinha chalada de que Portugal faz o que fez a Grécia, a Espanha ou a Irlanda. Não faz. Portugal anunciou que vai fazer. Os países nomeados fizeram.
** Um simples anúncio é uma a declaração de uma intenção; mantém tudo no domínio do virtual, e há tempo para a resistência natural se organizar; ver, portanto, para crer.
publicado por Jorge Costa às 20:38 | comentar | ver comentários (5) | partilhar

Austeridade (4)

A história da transferência do fundo de pensões da PT é daquelas que ainda vai dar muito que contar. Daqui por uns aninhos, não muitos.
.
Adenda: ver o comentário do "Gordon Gekko" nesta caixa de comentários. Boas razões para discordar deste post.
publicado por Miguel Morgado às 20:38 | comentar | ver comentários (8) | partilhar

Austeridade (3)

É ver o Primeiro-Ministro a responsabilizar a crise internacional. É vê-lo a confirmar que o mundo mundou anteontem ou coisa que o valha, que em Maio era uma coisa, mas agora é outra. É vê-lo apelar à responsabilidade, uma evidência para todos os que alinham com o PS e uma miragem para todos os outros que não alinham. É vê-lo, juntamente com o Ministro das Finanças, a pedir a colaboração do País e dos outros partidos. É vê-lo a apelar à manutenção do "nosso modelo de sociedade". É vê-lo e perceber que este governo chegou ao fim.
Ainda durará uns 10 meses, mais coisa menos coisa, mas politicamente chegou ao fim. Resta saber o que virá a seguir.
publicado por Miguel Morgado às 20:24 | comentar | ver comentários (3) | partilhar

Cachimbos

O Cachimbo de Magritte é um blogue de comentário político. Ocasionalmente, trata também de coisas sérias. Sabe que a realidade nem sempre é o que parece. Não tem uma ideologia e desconfia de ideologias. Prefere Burke à burqa e Aron aos arianos. Acredita que Portugal é uma teimosia viável e o 11 de Setembro uma vasta conspiração para Mário Soares aparecer na RTP. Não quer o poder, mas já está por tudo. Fuma-se devagar e, ao contrário do que diz o Estado, não provoca impotência.

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