Terça-feira, 03.05.11

Nunca pensei fazer isto



Mas John Kerry merece. Aquele que foi derrotado, e muito bem, por George W. Bush, merece a citação por estas palavras que proferiu sobre a morte de Bin Laden.
publicado por Nuno Gouveia às 18:34 | comentar | partilhar

Inimigo

Sou dos que ontem festejou o desaparecimento de Bin Laden, pelo que concordo com o que, a propósito, escreve o Henrique Burnay. Mas julgo também que o facto merece uma reflexão, mesmo que curta, acerca da moralização do inimigo, perceptível pela celebração da sua morte. A um inimigo político, i.e. assim designado por critérios políticos (porque constitui uma ameaça), reconhece-se uma condição de igualdade (na sua dignidade), que faz do combate com esse inimigo um duelo entre iguais. Nunca foi esse o caso com Osama Bin Laden e a Al-Qaeda, não só porque eles fizeram do terrorismo islâmico uma Guerra Santa, mas sobretudo porque nós --e aqui refiro-me especialmente aos EUA-- respondemos com uma moralização do inimigo, através do “eixo do mal”. Com ou sem fundamentos religiosos, o conflito foi dominado, de ambos os lados, por uma certa visão de Bem e de Mal. Por isso, a partir de um certo momento, Bin Laden foi inimigo porque existia e só pela morte deixaria de o ser. Agora que aconteceu, talvez seja o momento ideal para se acabar com essa narrativa.
publicado por Alexandre Homem Cristo às 17:34 | comentar | ver comentários (1) | partilhar

Obama a assistir em directo à morte de Ossama
















A fotografia é impressionante pelo contexto: o Presidente dos Estados Unidos assiste em "real time" à operação militar que levou à morte de Ossama Bin Laden. Concordo com o Paulo Marcelo quanto a festejar a morte de seja quem for, mas a guerra contra o terrorismo obteve uma vitória de um enorme simbolismo com o desaparecimento do líder da Al Qaeda. E, nos tempos mediáticos que correm, o simbólico pode vencer batalhas.
publicado por Paulo Pinto Mascarenhas às 16:33 | comentar | ver comentários (4) | partilhar

Ainda a morte de Bin Laden

Eu sei que o mundo está mais seguro sem aquele senhor de barbas a inspirar ataques terroristas contra o Ocidente. Sim, conheço as vítimas da tragédia do 11 de Setembro e os dez anos que demorou apanhar Bin Laden. E tenho dúvidas se podia ser de outra forma, mas não deixa de ser estranho observar os festejos pela morte de um homem, mesmo que esse homem tenha sido um terrorista. Há notícias boas que simplesmente não se comemoram.
publicado por Paulo Marcelo às 11:44 | comentar | ver comentários (9) | partilhar

Na minha Rua


Este ano a Rua Direita tem mais movimento e está mais plural. Este ano a Rua Direita espelha a diversidade de muitos que, mesmo não sendo do CDS, entendem que num momento excepcional se impõe um voto excepcional. Este ano os que a frequentam chegaram à Rua Direita por muitas vias e mesmo não concordando com tudo o que o CDS defende, acreditam que este é o momento. Este ano a minha Rua mais parece a Avenida da Liberdade. Este ano ainda voltamos a encher a Alameda.
publicado por Pedro Pestana Bastos às 11:25 | comentar | ver comentários (1) | partilhar

Antes vazio

Sobre os candidatos, a campanha e os programas...

"(...) nas actuais circunstâncias, os programas vêem o seu protagonismo ainda mais reduzido.
De facto, ao invés de um leque alargado de opções políticas, estes Programas serão uma espécie de escolha múltipla entre as opções alternativas que os financiadores externos imporão como contrapartida.
E, sendo assim, é no mínimo um acto de honestidade política não avançar com qualquer programa formal antes de ser conhecido o resultado do trabalho e das negociações com a Troika externa.
Ao fazer de conta, como o PS fez na passada semana, que nada disso importa para os anos que virão, José Sócrates apenas está a ser coerente e a dizer aos Portugueses que nada do que ali está escrito deve ser tomado a sério, tal como sucedeu em 2005 e 2009.
Por isso, cumpre-me rejeitar as críticas de quem destacou que cerca de 30% das páginas do Programa Eleitoral do PS (entre títulos e separadores) estão em branco. Afinal, essas são as mais verdadeiras desse documento…"

publicado por Ricardo Rio às 10:41 | comentar | partilhar

O governo da 'troika'


Vamos conhecer amanhã o que nos espera nos próximos anos. Mudanças profundas em áreas como a Justiça, administração pública, arrendamento, sistema fiscal, transportes, leis laborais. Ou seja: aquelas reformas estruturais que nos diziam estar feitas (lembram-se?), mas que vamos ter de fazer agora da pior forma, qual “supositório” rápido imposto por tecnocratas estrangeiros, com prejuízo da nossa soberania e orgulho nacionais.
Com o cobrador do fraque à porta, vale a pena notar as diferentes atitudes dos partidos. A extrema-esquerda colocou-se de fora. Prefere contestar na rua do que negociar à porta fechada nos gabinetes do Terreiro do Paço. Uma atitude porventura ‘comunista’, mas muito pouco democrática, que deixa quase 20% do eleitorado sem uma voz nas negociações. O PSD mantém-se à espera. Passos Coelho reafirmou que o seu programa eleitoral aguarda pelo “quadro macro económico” resultante das negociações em curso, mas não deixou de prometer que não fará despedimentos e mais cortes de salários.
Os socialistas são mais previsíveis. Preferem ignorar as medidas de austeridade por eles próprios negociadas nos últimos dias. Escondem o ministro das Finanças e apresentam um programa eleitoral irrealista, com um défice desactualizado e que omite os pontos apresentados por José Sócrates, no PEC IV, como sendo inevitáveis: a reforma laboral e o congelamento de salários até 2013. Mas por mais que se procure esconder, a verdade é que o próximo governo terá um sotaque estrangeiro. Os próximos orçamentos e programas serão decididos por quem nos empresta dinheiro.

[versão integral no Diário Económico]
publicado por Paulo Marcelo às 10:00 | comentar | ver comentários (1) | partilhar
Segunda-feira, 02.05.11

E ninguém faz nada? Claro que na

É uma vergonha e é assustador (fico-me por aqui quanto aos adjectivos) o relato que Ricardo Noronha, no Vias de Facto, faz sobre o comportamento da polícia na fase final daquilo que seria uma espécie de manifestação "extremista", porém sem incidentes de qualquer espécie, que decorreu em Setúbal no passado 1 de Maio.
Mas se aquilo que se passou, e tal como fica contado, é uma vergonha e uma desgraça em si mesmo, maior vergonha e desgraça será o facto de se saber que nenhuma responsabilidade será apurada e nenhum culpado será encontrado e punido. Ou seja, vivemos na selva e não é só por causa da dívida, do défice ou do desemprego. É por tudo (porque aquilo que não é não chega para nada).
publicado por Fernando Martins às 22:24 | comentar | ver comentários (5) | partilhar

A noiva de Drácula

Os dias de hoje são os dias em que é esse mesmo PM que foi varrido na AR sem que o PSD tivesse uma única ideia alternativa, uma única proposta de convergência, uma única resposta aos pedidos de diálogo, que está a negociar a ajuda externa a Portugal, discreto em cada reunião, com o interesse nacional evidenciado em cada gesto. Ironias do destino.

Esta subjugação já não é psicótica. A devoção evangélico-histérica é barreira ultrapassada. Há ali dentada no pescoço (política), envenenamento ectoplásmico. A intensidade daquela entrega idólatra transcende o terreno. Há ali obra de Nosferatu. Para evitar más leituras, esclareço que este comentário é estritamente político e intelectual.
publicado por Duarte Lino às 21:20 | comentar | ver comentários (2) | partilhar

Combate de Blogs


Para quem não pôde ver o último Combate de Blogs, comigo, com o Álvaro Santos Pereira e com o Paulo Coimbra, pode vê-lo aqui.
publicado por Miguel Morgado às 19:31 | comentar | partilhar

A face do Hamas


Israel tem razão quando afirma que a paz com o Hamas é impossível. Será que alguém acredita que é possível fazer a paz com quem chama "holy warrior" a um dos mais brutais inimigos da humanidade das últimas décadas?
publicado por Nuno Gouveia às 17:55 | comentar | partilhar

Ainda bem que o PS defende o estado social

Abono de Família foi retirado a 645 mil crianças em seis meses.
publicado por Paulo Marcelo às 17:46 | comentar | partilhar

Aviso à navegação

Como disse neste meu post sobre a morte de Bin Laden, Obama esteve muito bem e fez o que lhe competia. Liderou de forma excepcional este processo que culminou na eliminação do número um da Al-Qaeda. Mas é extemporâneo pensar que a sua presidência está salva e que tem a reeleição garantida. Nas próximas semanas a sua popularidade vai subir, mas se os problemas persistirem, e tenho poucas dúvidas que vão continuar, vai voltar a descer. Ainda faltam 18 meses para as eleições, e ninguém reelege um Presidente por um sucesso deste género. Também pensaram o mesmo sobre George H. Bush, quando venceu a primeira guerra do golfo e depois foi o que se viu. E não foi por George W. Bush ter capturado Sadam Hussein que foi reeleito. Isso nem sequer esteve nas cogitações do povo americano quando lhe deu a vitória em 2004. É preciso ter calma neste tipo de argumentação.
publicado por Nuno Gouveia às 16:47 | comentar | partilhar

A troika do nosso descontentamento

A palavra é infeliz. Nos tempos estalinistas, as ‘troikas’ eram comités com três membros que perseguiam implacavelmente os dissidentes políticos soviéticos. Apesar dos tristes antecedentes, a palavra entrou no nosso dicionário político. Não há dia em que não se fale da nova ‘troika’ instalada no Terreiro do Paço, de onde não vai sair nos próximos anos. Vamos conhecer amanhã as medidas de ‘austeridade’ -outra palavra que entrou no jargão político- cozinhadas nas últimas semanas. A contrapartida do empréstimo de 80 milhões que precisamos, como pão para a boca, para pagar salários e pensões no mês de Junho. O preço a pagar pela incompetência que nos conduziu à bancarrota Sócrates.
publicado por Paulo Marcelo às 13:29 | comentar | ver comentários (4) | partilhar

Morto

Quando George W. Bush disse que Osama Bin Laden era procurado "Morto ou Vivo", muitos criticaram o Presidente americano por ter utilizado essa frase. Felizmente Barack Obama não foi um deles, e hoje teve provavelmente o melhor dia da sua presidência, com o anúncio da morte de Bin Laden nos arredores de Islamabad, no Paquistão. Uma excelente notícia para os Estados Unidos e para o mundo.
publicado por Nuno Gouveia às 04:21 | comentar | partilhar

Grande Finale (126)




Les Quatre Cents Coups, François Truffaut, 1959

publicado por Carlos Botelho às 00:00 | comentar | partilhar
Domingo, 01.05.11

Obama apresenta o vídeo do seu nascimento

publicado por Paulo Pinto Mascarenhas às 23:22 | comentar | partilhar

Chanson française (4)

publicado por Alexandre Homem Cristo às 19:21 | comentar | partilhar

Os Chaebols

O sucesso económico da Coreia do Sul, o país que mais rápido se desenvolveu no planeta, está totalmente assente nos chaebols. Os chaebols são conglomerados de dezenas ou centenas de empresas que pertencem a famílias coreanas, agora na sua terceira geração (os mais conhecidos são a Samsung, Hyundai e LG mas há dezenas de outros). Estes monstros começaram a crescer nos anos 60 quando a ditadura militar estabeleceu um ambicioso plano de desenvolvimento para a Coreia e favoreceu um número restrito de empresas - via crédito e concessão de monopólios. Para o leitor ter uma ideia, os três maiores chaebols que acima referi controlam mais de 50% da economia coreana e cada um deles é do tamanho de toda a economia portuguesa.
O que determina o sucesso espectacular de alguns destes grupos? Já mencionei o acesso a crédito fácil (foi mais no princípio, eles agora arranjam dinheiro onde querem) e favorecimento no acesso ao mercado interno, ambos pela parte do governo. Mas há outros elementos, mais subtis e interessantes.
O mais relevante, talvez, seja o facto de toda a população activa da Coreia - ultra qualificada - desejar profundamente trabalhar para um destes grupos e estar disposta a fazer sacrifícios que já não se fazem no Ocidente há 50 anos (eu que o diga carago). Ou seja, estes grupos têm acesso a uma pool sensacional de engenheiros, físicos, matemáticos, economistas e gestores cujo o objectivo de vida é servir a empresa. E estes em troca têm um emprego para sempre e promoções garantidas até aos 50 anos (depois é mais difícil).
A outra característica de sucesso dos chaebols é o estilo militar de gestão, que torna a execução muitíssimo eficaz e a organização mais flexível para mudanças necessárias. Ninguém coloca em causa ordens vindas de cima, que são imediatamente executadas independentemente de fazerem sentido a quem está a executá-las (só esta sociedade profundamente Confuciana permite isto). Ou seja quando é vislumbrada uma oportunidade pelos "patrões" (um novo mercado ou produto por exemplo) a malta atira-se de cabeça e não fica meses a fazer análises de risco, medição do impacto na empresa, alocação de recursos etc. É executar e mais nada.
A última coisa que destaco é a estratégia de crescimento que estes grupos seguem. O sistema educacional na Coreia é famoso por produzir gente sem criatividade, mestres em memorizar e copiar. Os Chaebols acabam por ficar profundamente marcados por esta realidade. E por isso em vez de tentarem inovar e serem líderes nas áreas onde actuam, optam sempre por serem fast followers: seguem de muito perto os produtos da empresa líder no mercado, copiam, inovam em pequenas coisas e vendem a um preço mais baixo, mantendo a qualidade. Esta estratégia, que nos pode parecer um pouco de segunda, tem tido um enorme sucesso. Dificilmente se alterará: basta ver os putos que estão agora na escola para perceber que o essencial não está a mudar.

(nota: na imagem, os HQs da Samsung em Seul - Samsung Electronics, Samsung Life e Samsung Construction & Trading)
publicado por Francisco Van Zeller às 13:23 | comentar | ver comentários (8) | partilhar

Cachimbos

O Cachimbo de Magritte é um blogue de comentário político. Ocasionalmente, trata também de coisas sérias. Sabe que a realidade nem sempre é o que parece. Não tem uma ideologia e desconfia de ideologias. Prefere Burke à burqa e Aron aos arianos. Acredita que Portugal é uma teimosia viável e o 11 de Setembro uma vasta conspiração para Mário Soares aparecer na RTP. Não quer o poder, mas já está por tudo. Fuma-se devagar e, ao contrário do que diz o Estado, não provoca impotência.

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