A demagogia de Sócrates

A falta de argumentação de José Sócrates mete dó. Esta afirmação diz muito do estado de espírito do Primeiro-ministro: "Não quisemos um aparelhista do partido. Quisemos um universitário, um homem da cultura, um político com ideias e provas dadas ao serviço do país". Nesta frase, Sócrates critica-se a ele próprio, um político completamente "aparelhista", que até tirou o seu "curso" na Universidade Independente. Se existe algo que caracteriza Sócrates e o seu séquito de seguidores é precisamente nunca terem feito nada fora da política. E essa afirmação só pode entendida como uma auto-critica subliminar.

Mas é também uma classificação completamente desadequada: ao catalogar Paulo Rangel dessa forma, Sócrates erra no alvo, pois é sabido que Rangel chegou à política há poucos anos, tendo uma carreira anterior à política na Universidade Católica. Considerar Rangel um "aparelhista" é um acto de má fé e demagogia política.
publicado por Nuno Gouveia às 13:29 | comentar | partilhar