MRC a 1 de Maio de 2007 às 22:56
Confesso que acho um piadão as bocas que o Chavéz manda ao Bush. Aquela do "ainda se nota no ar o cheio a enxofre" que ele disse, em plena assembleia geral da ONU foi fenomenal. Acho muito bem que haja algum político à face da terra que diga algumas (não, não vou dizer "verdades" se não o Miguel Morgado caí-me logo em cima...) coisas sobre o Bush que, se calhar, muitos outros gostariam também de dizer mas não podem.
No entanto, um amigo meu que tem contactos na Venezuela diz-me que o homem lidera uma verdadeira ditadura de esquerda, com perseguições e coisa do género.
De qualquer forma, acho importante que hajam "aldeias resistentes" à grande Pax Norte-Americana. E, nesse particular, Chavéz é um autêntico Astérix, embora com muitos interesses económicos à mistura por detrás...
Abreu a 1 de Maio de 2007 às 23:24
Aqueles que simpatizam com Chávez não têm o mínimo de consciência política ou, pelo menos, de informação.
Sinceramente acho que Chávez ultrapassa todos os limites, mesmo no que diz respeito a Bush (mas sim, tem piada).
Infelizmente a piada dele é a Venezuela. Tenho um grande amigo meu que tem lá o avô emigrado, e pelo que me diz, o Chavéz está alegremente a dar cabo do país, um país que ainda a 5 anos estava bastante bem.
É uma pena... não se trata de resistir à pax americana, mas bom senso.
Bom, mas afinal de contas, temos de ter sempre um continente "de futuro".
lukachenko a 1 de Maio de 2007 às 23:48
E esse continente de "futuro" tem nome...
Anónimo a 1 de Maio de 2007 às 23:54
"De qualquer forma, acho importante que hajam "aldeias resistentes" à grande Pax Norte-Americana."
"Hajam"?...
carlosi a 2 de Maio de 2007 às 00:04
Como disse outro comentador mais acima " aqueles que simpatizam com Chaves não têm o mínimo de consnciência política ou,pelo menos, de informaçâo".
João Vasco. a 2 de Maio de 2007 às 00:51
Por ora o único grande recurso da Venezuela é o petróleo - não sabemos se Chavéz aproveitará as extraordinárias receitas advindas para conjugar a política social com o fomento de investimento privado e diversificado em industrias, serviços, comércio e afins de modo a libertar o próprio socialismo venezuelano da dependência exclusiva dos preços, nem sempre previsíveis, do petróleo - e como tal, por esse motivo também, o estado venezuelano age como qualquer corporação moderna, usa os meios à sua disposição para conquistar o acesso pleno a esse recurso e garantir vantagens de mercado.
Simples.
Nada que as petrolíferas, muitas vezes apoiadas pelos Estados de origem, não façam também.
As petrolíferas usam a corrupção, os serviços secretos dos países ocidentais, e até a guerra e governos fantoche, para conquistar vantagens. Chavéz usa a nacionalização!
Em todo o caso o governo venezuelano tem feito acordos com as empresas visadas pelas nacionalizações, o que diz de um carácter não tão radical quanto se pensa.
Mas o país chave da América Latina é o Brasil, o gigante lusófono, de quase 200 milhões de habitantes, é o pêndulo que faz oscilar a tonalidade geral da política na América do Sul.
A rápida visita do Presidente Luiz Inácio a Camp David - apenas algumas horas - no fim de Março passado, por exemplo, funcionou perfeitamente como um recado directo a Chavéz. Cuja disponibilidade, então, do Brasil, em apoiar os projectos de liberação económica da América do Sul, não devem ser confundidos com compromissos ideológicos nem colidir com a necessidade de manter relações construtivas com os EUA. Lula diz, enfim, que a participação brasileira nos projectos sul americanos não vai ser acompanhada do forte viés ideológico de Chavéz, mas sim, acima de tudo, de sentido pragmático e aglutinador de recursos e contactos diversificados.
Lula inclusive terá dito a Chavéz, aquando de algumas críticas deste último sobre a proximidade do Brasil com os EUA no que respeita ao Biodiesel, que não se meta na política energética brasileira assim como o Brasil não interfere nas nacionalizações dele.
Por outro lado a capacidade de Lula trabalhar com Chavéz e Morales, principalmente, de apoiar muitas de suas causas, ou pelo menos não criticá-las abertamente, serve de freio às investidas de Bush, à invasão da tal pax norte americana, de que fala o comentador MRC, permitindo com isso que a América do Sul desenvolva com maior liberdade a construção de sua autonomia política e económica.
João Vasco a 2 de Maio de 2007 às 01:12
Emendando um erro de concordância no antepenúltimo parágrafo do meu comentário.
Fica assim:
"Cuja disponibilidade, então, do Brasil, em apoiar os projectos de liberação económica da América do Sul, não deve ser confundida com compromissos ideológicos nem colidir com a necessidade de manter relações construtivas com os EUA."
Z a 2 de Maio de 2007 às 03:28
chavez
Bound for self destruction que é quase o mesmo que dizer "olhos maiores do que a barriga"...
João Vasco a 2 de Maio de 2007 às 05:53
Já agora, "Chávez" e não Chavéz.
O sr. Abreu foi o único que acertou com o nome do homem.
Temos o Miguel em tão boa estima que até fazemos coro das suas "gralhas".
:-)))
Abreu a 2 de Maio de 2007 às 11:20
Mea culpa, enganei-me duas vezes e só acertei à terceira!