A paciência tem limites. O Governo é um manicómio. Não sendo psiquiatra, não tenho, por isso, nenhuma maneira de imaginar a cura para a tara que nos assolou. Vasco Pulido Valente, de resto, considera hoje, e bem, que «não há nenhuma maneira de resolver nenhum problema de Portugal, financeiro ou outro, com este Governo e o pessoal que ele atraiu ou contratou.» Não sendo constitucionalista, também não sei como se lida com a demência instalada no Ministério. Vítor Bento, normalmente muito lúcido mas pouco dado a erupções de indignação – faz bem – considera que o Governo está possuído por uma concepção de «economia vudu». O mais recente discurso do Senhor Presidente da República também me pareceu estranho. O gravíssimo e inadiável problema do salário de António Mexia ainda percebi – está em campanha eleitoral e pretende conquistar a ala esquerda do PS (enfim...). Já a longa dissertação sobre os benefícios do mar me pareceu um pouco da twilight zone. É forçoso que um regime caminhe para o fim em estado de delírio?
Venha Junho, e cai nessa altura, se não for antes. Julgo mesmo que muitos membros deste governo desejem o fim das suas actuais responsabilidades. Contudo, como dizem, essa é uma condição necessária mas não suficiente...
O Cachimbo de Magritte é um blogue de comentário político. Ocasionalmente, trata também de coisas sérias. Sabe que a realidade nem sempre é o que parece. Não tem uma ideologia e desconfia de ideologias. Prefere Burke à burqa e Aron aos arianos. Acredita que Portugal é uma teimosia viável e o 11 de Setembro uma vasta conspiração para Mário Soares aparecer na RTP. Não quer o poder, mas já está por tudo. Fuma-se devagar e, ao contrário do que diz o Estado, não provoca impotência.