Três coisas que não se esquecem


(Ontem, fui ouvir George Steiner na Gulbenkian.)

O Professor Steiner chegou à pequena tribuna com os seus papéis sobraçados. Descobriu lá uma caneta esquecida por Rui Vilar, que tinha falado antes. Pegou na caneta. Não sem uma certa dificuldade, atravessou todo o palco e foi entregá-la a Vilar.

Contou-nos como, uma vez, inscrevendo e explicando uma série numérica num quadro, tinha conseguido fazer acordar (awake) a noção do infinito num grupo de crianças desfavorecidas. A noção do infinito.

Ao chegar à saída do Auditório, ainda me voltei. Vi o Professor de costas, desaparecendo já para trás do palco.
publicado por Carlos Botelho às 22:43 | comentar | partilhar