Che era a favor da pena capital

O actor Benicio del Toro encarna Che Guevara no último filme de Steven Soderbergh. Apesar de ainda não ter visto o filme, e pelo que tenho lido, facilmente chego à conclusão que entre a realidade e a obra cinematográfica, poucos serão os factos coincidentes. Aquele que foi o principal responsável por assassinatos e fuzilamentos dos primeiros tempos da revolução cubana, entre outros crimes graves, surge neste filme como aquele herói que a imaginação esquerdista construiu. Até aqui nada de novo.

Mas nos Estados Unidos, estas fraudes não costumam passar incólumes. Numa entrevista ao Washington Times, o actor Benicio del Toro, questionado sobre a imagem condescendente que o filme expressa de Che, não esteve com meias medidas: abandonou a entrevista a meio. Antes, ainda tinha dito que Che era a favor da pena capital, dando a entender que as perseguições que orquestrou eram apenas decisões judiciais, e portanto legais. Pois! Na Alemanha Nazi, os tribunais também condenaram muita gente à morte. Já para não falar dos famosos julgamentos de Moscovo. Seriam Hitler e Estaline também a favor da pena de morte para del Toro? Ou será que perseguir e assassinar por questões políticas é ligeiramente diferente de ser a favor da pena de morte?

Os liberais de Hollywood têm destes defeitos, como Soderbergh nos comprova: o activismo político só é visível na desmontagem de posições ou de políticos conservadores. No resto, fazem de conta!

publicado por Nuno Gouveia às 22:26 | partilhar