Acerto de contas

Nos últimos dias, troquei com a Ana Matos Pires alguns números sobre a mortalidade materna por aborto antes e depois de 2007, ano da liberalização. Afirmei mais abaixo que não se registavam mortes por aborto antes de tal ano e havia uma morte por aborto legal depois.

É da mais elementar honestidade reconhecer, depois do link da Maria João Pires, que o primeiro dado está errado: um relatório do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva indica a ocorrência de 14 mortes maternas por "diferentes situações de aborto" entre 2001 e 2007. Seria interessante saber quantas se devem a abortos legais (recordo que em 1984 se legalizou o aborto por violação, malformação do feto ou risco de vida da mãe) para comparar com a situação pós-2007,  mas isso não é esclarecido. Presumo que todas ou a maioria das mortes tenham resultado de abortos clandestinos, uma vez que as três excepções de 1984 sempre foram estatisticamente pouco relevantes.

Quanto à segunda informação, a fonte sobre a morte por aborto legal ocorrida depois de 2007, que a Ana tão ansiosamente pediu até ser fornecida, está aqui, na página 8.

Esta adenda, como é evidente, põe em causa um dos argumentos que usei no post referido. Vou reformulá-lo.

A batalha prossegue na frente gay (salvo seja). Estejam à vontade para usar a caixa de comentários por trincheira, mas lembrem-se que tenho um especial gosto em apagar cretinices.

publicado por Pedro Picoito às 11:59 | partilhar