hcl a 25 de Junho de 2012 às 09:40
"mundo maravilhoso das escolas privadas portuguesas"
"reféns das propinas pagas por uma não-élite ignorante e parvenu"
Fora do Estado tudo é mau, tudo é corrupto, tudo é ignorante, é gente inferior.
Um post de muito mau gosto. Pretensioso, preconceituoso e sem fio de raciocínio.
O cachimbo de Magritte está a ficar patético.
Pedro Roque a 25 de Junho de 2012 às 11:40
"Um post de muito mau gosto. Pretensioso, preconceituoso e sem fio de raciocínio"
É um post de Carlos Botelho! Estava à espera de quê?
A desonestidade deste "comentário" disparatado é evidente. Basta compará-lo com o conteúdo do post. Por isso não o apaguei.
Carlos, pedia a tua paciência para duas perguntas que o teu texto me suscita:
- qual é a tua sugestão para reduzir efectivos dos professores? Há menos alunos (declínio demográfico), entraram professores em excesso há uns anos atrás, como inverter isso?
- a crítica que apontas aos privados, como a podes generalizar? Tens a certeza que é sempre assim, só assim? A minha experiência não o confirma.
Obrigado.
Pedro,
referes a "redução de efectivos de professores" como se isso fosse uma fatalidade quase natural. Não é. É um objectivo político (independentemente de ser "boa" ou "má", é uma opção entre outras). Enquanto objectivo político, não está, pelo menos em geral, relacionado causalmente com nenhum "declínio demográfico". Basta atentar no discurso político dominante dos últimos anos.
Por outro lado, se o Estado, por exemplo, determinasse prolongar a Educação Musical até ao 12º Ano, então, ficaríamos, subitamente, com professores dessa área "a menos". Pelo contrário, se se optar por reduzir, p. ex., as horas lectivas de Geometria Descritiva, haveria, então, professores "a mais". Etc. E muito mais haveria a dizer a este respeito.
No que respeita à "crítica aos privados": nota que no post tenho o cuidado de dizer que não é "sempre assim, só assim". Convém não ler na diagonal...
Se a tua "experiência não o confirma", respondo-te, sem maldade, que ou és ingénuo ou conheces escolas decentes. Por mim, sei do que falo (ainda que sem experiência imediata) e mantenho tudo o que escrevi.
E deixa-me aproveitar o ensejo do teu comentário, prevenindo já os "comentários" do costume que sei irão aparecer por aqui:
não estou de todo preocupado com cartilhas mais "liberais" ou mais "estatistas" dessa disputa frequentemente ridícula e míope entre o "público" e o "privado". Como em Portugal não há um discurso político digno desse nome sobre a Educação, a mediocridade indígena refugia-se em querelas demagógicas e idiotas. Limitei-me a descrever as coisas como elas se passam.
Carlos a 25 de Junho de 2012 às 12:40
Vale a pena responder a esta: "há professores a mais face ao declínio demográfico". Em primeiro lugar este facto traduz-se numa tendência de longo prazo e a longo prazo teremos falta de professores (em média, eventualmente em alguns agrupamentos poderá não ser assim) pela simples razão que a maioria dos professores tem hoje mais de 50 anos e numa década estarão reformados. Em segundo lugar, este facto devia-se traduzir, como na generalidade dos países europeus, em diminuição de alunos por turma para melhorar o nível de ensino.
A única questão a que o ministro quer responder é em diminuir o orçamento do seu ministério e para isso age politicamente reduzindo as opções dos alunos e aumentando o número de alunos por turma.
Crato, por outro lado, aprendeu com a sua antecessora Lurdinhas (para além de que o ministro vêm da estrema esquerda e aprendeu bem como se trama o "povo"...) e como tal politicamente sabe que ou malha nos desgraçados dos contratados que não têm qualquer segurança ou irá ter problemas..., parece-me que está na lógica deste governo e tem um bom programa "malhar naqueles que são os mais fracos"...
Carlos,
como de costume, virão, com uma candura notável e, de resto, "argumentando" assim com falácias ad ignorantiam, que, até agora, nunca se "provou" ou "demonstrou" haver uma relação entre a dimensão das turmas e a "qualidade" do Ensino ou o "sucesso".
Renato a 25 de Junho de 2012 às 15:01
Carlos Botelho, parece-me que a questão não é o poder, ou falta dele, dos professores do quadro; a questão é que têm um vínculo diferente dos contratados que não pode ser desfeito assim tão facilmente. Lá virá o tempo… que isto do cumprimento dos contratos no público é uma coisa relativa e sujeita a contingências da emergência nacional, como se viu pelos subsídios. Quem aqui tem pressa de os equiparar aos contratados, só tem de esperar mais um bocado.
Quanto a professores de mais ou a menos, a questão é de facto politica, isto é, de opções sobre a educação. Reduzindo à caricatura, se se meter todos os alunos de um determinado ano do básico, numa escola, num anfiteatro, bastará um professor para os ensinar.
Quanto às escolas privadas, admiro a candura com que se diz desconhecer as suas particularidades. A sério? Isso é assim? Em todos? Em quais? E as provas? Etc. Que o que diz o Carlos Botelho seja motivo de espanto para muitos, é que é espantoso. Querem mercado? Ora bem, eu (salvo seja) pago trezentos euros por mês de mensalidade, para quê? Para que os meus filhos estejam sujeitos a chumbos por causa da avaliação rigorosa e independente dos professores? Era o que faltava. Isto não é corrupção, nem desleixo, nem nada disto (isso são coisas que, por definição, só existem no estado, não é?). É ter o cliente satisfeito.
Pronto, também já sei que há imensas excepções, com certeza.
hcl a 25 de Junho de 2012 às 15:56
De facto este post é do mais triste que existe, até pelos comentários que gera.
Um pai/mãe (seja rico ou pobre) quer a melhor educação para os filhos.
Um pai/mãe, minimamente responsável, quer uma educação exigente para os filhos. Educação que lhes dê vantagem no mundo do trabalho.
Um pai/mãe, se lhe for permitido, escolherá a melhor escola para os filhos.
Eu sou pai, é assim que penso e actuo. Das inúmeras reuniões de pais em que participei posso garantir que é assim que pensa a larga maioria dos pais/mães com que contactei.
É tão básico este raciocínio, tão elementar, que, este post e alguns comentários demonstram um conjunto de preconceitos doentios que se esperaria do 5dias.
Patético.
O seu comentário termina com a sua assinatura. Muito bem, Patético.
leopardo a 25 de Junho de 2012 às 19:46
Decididamente o carlos botelho está a mais no cachimbo, espero que os outros membros deste blog o ponham na rua.
A. Santos a 25 de Junho de 2012 às 22:57
E o lugar dos leopardos costuma ser a selva, não é?
Saiu do seu ambiente natural mas continua com os velhos hábitos - a lei da selva.
Que grande democrata que nem suporta uma opinião contrária.
leopardo a 26 de Junho de 2012 às 23:05
suporto todas as opiniões contrárias, mas acho que o CB não tem o mesmo nível dos restantes cachimbos. Há falta de lucidez junta a falta de educação.
Este sujeito insiste em insultar os leopardos...
Deixa-se a porta dos comentários aberta e entram todos os indigentes...
A. Santos a 27 de Junho de 2012 às 12:01
leopardo:
E o senhor terá o mesmo nível dos restantes comentadores?
Conhece-te a ti mesmo antes de conheceres (criticares) os outros.
A vida é feita de diversidade, ai daqueles que queiram eliminar os outros, os diferentes, ficam até sem referencial para se compararem, para compararem a sua pretensa superioridade.
A. Santos a 27 de Junho de 2012 às 12:09
Leopardo:
Nunca se esqueça disto:
«Great minds discuss ideas.
Average minds discuss events.
Small minds discuss people».
Eleanor Roosevelt
Ao Carlos Botelho e ao outro Carlos:
vocês defendem que reduzir professores é uma questão política, e é certamente. E descrevem-me como depende das decisões de organização das turmas, dos horários, das disciplinas. Está certo.
Mas então como é que propõem reduzir o orçamento do Ministério? Tem de ser reduzido, tal como o dos outros Ministérios... simplesmente não temos com que pagar.
Excluem toda e qualquer acção sobre a variável "custos com pessoal", sabendo que é a fatia mais grossa desse orçamento?
Pedro,
pareceu-me, ali em cima, que expressavas uma vontade genuína de esclarecer questões. Vejo agora que, afinal, estás apenas defendendo a tua dama ideológica. Cada objecção é apenas um pretexto para avançar com uma outra logo que a primeira esteja respondida. Portanto, trata-se de uma posição meramente ideológica - esta é o ponto de partida não analisado, pressuposto não examinado, "axiomático" das objecções.
Discutir as coisas desta maneira, como já disse na minha resposta anterior, não tem qualquer interesse para mim.
Seja como for, nota que não podes, como fazes, caracterizar medidas como opções políticas e, logo a seguir, apresentá-las como inevitabilidades "naturais" que estariam para lá de todo o exame.
Por outro lado, os governantes que decidem políticas da Educação (que só o são nominalmente!) e aqueles que os apoiam não podem, ao mesmo tempo, ser honestos e afirmar que todas estas mudanças geram mais "qualidade" no Ensino.
E fico-me por aqui, porque, repito, lutas de galos não têm o mínimo interesse.
Carlos, eu estava, e estou, com uma vontade genuína de esclarecer questões. O que se passa é que tem havido tanta confusão e insulto neste blog, e nos comentários deste post, que já não é fácil ter uma conversa normal.
Optei por fazer perguntas em vez expor logo o que penso pela simples razão que não estou a compreender o funcionamento global das tuas propostas. Foi isso que perguntei. Parece-me que é fácil advogar medidas humanistas, pro-pessoa, pro-manter empregos, etc. (tudo coisas que eu também gosto de defender) sempre que não se entra com o outro lado da balança, que são os custos de sustentar tudo isso.
Para mim isto são questões de equilíbrios difíceis, e fico desconcertado quando vejo as questões tratadas como evidências só com um sentido, só com metade da equação.
Começo é a ficar cansado de ser lido com desconfiança, mas parece ser essa a tendência geral em blogs quando o ambiente azeda. Vamos aguardar por melhores dias.
Disse o que tinha a dizer no post e nos comentários.
Renato a 25 de Junho de 2012 às 16:16
Pedro, assim é que é falar. Não é este governo que se gaba de falar claro e dizer a verdade? Se é por questões orçamentais que reduzem professores e aumentam turmas, que o digam claramente. Mas parece-me que o ministro Crato tem repetidamente dito que as razões são pedagógicas e que os alunos ficarão melhor. É como o meu talhante me dizer que aumenta o preço da carne, para eu poder comer mais vegetais ;) A ministra da justiça também diz que fecha tribunais para servir melhor a população. É uma espécie de truque de ilusionismo.
A. Santos a 25 de Junho de 2012 às 20:01
Renato:
É como os mega-agrupamentos, que vão ficar com cerca de 4000 alunos.
Também não é para poupar (e que falta nos faz poupar) mas é para melhorar a qualidade do ensino.
O «socratismo» mentiroso parece que fez escola.
Mas o PPC dizia que ia fazer tudo ao contrário do Sócrates (de triste memória)...
Aires a 28 de Junho de 2012 às 05:20
Discussões de manjericos e arquinhos dos santos populares. A redução do orçamento geral na rubrica da educação é enorme, são 380 milhões de euros. Por isso, o corte é efectuado sem se verificar se é benéfico para a Educação e para o futuro do país. Este filme (assalto a um país) já foi exibido na América Latina na década de 70 no Chile, na Argentina (anos 90/00), Grécia e agora chegou a Portugal. A estratégia é a mesma, aumento de impostos, privatizações feitas à pressa e de preferência por debaixo da mesa, reduções na educação e na saúde, etc, etc. Tudo para se pagar um empréstimo de juros altíssimos em que muita dívida é ilegítima e onde os bancos ganham fortunas com o dinheiro emprestado pelas organizações internacionais (principalmente o FMI). Isto sim, é a verdadeira raiz do problema. No ensino privado a selva e o desrespeito pelo trabalho docente é maior (eu senti-o na pele). No ensino privado há alguns estabelecimentos que fazem fraudes nos exames (aqui no Porto há um externato muito procurado no secundário pelas brilhantes notas oferecidas na avaliação interna e externa - sim, nos exames deixam copiar e enviar o exames aos explicadores via telemóvel para depois receberem as respostas) fazendo puro dumping, concorrência desleal com os restantes estabelecimentos públicos e privados que cumprem as leis.