Ainda sobre os professores
Uma das dificuldades (talvez até a maior) quando se debate a política de educação é a informação base sobre os números. Pretende-se saber qual o custo (recordam-se do debate sobre o apoio do estado ao ensino particular e cooperativo?) por aluno no básico ou secundário e são várias as estimativas disponíveis mas o número em concreto ninguém sabe ao certo. O mesmo com a evolução do nr. de professores do quadro e dos contratados. Mesmo a informação sobre o nr. de alunos matriculados difere consoante as fontes. De acordo com uma publicação recente (que já sofreu uma retificação), do Ministério da Educação, a evolução do número de professores nos últimos 4 anos é a seguinte:
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2007/08 |
2008/09 |
2009/10 |
2010/11 |
Total |
142.018 |
142.834 |
143.109 |
139.837 |
Quadro |
118.419 |
111.356 |
107.717 |
103.861 |
Contratados |
23.599 |
31.478 |
35.392 |
35.976 |
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Variação |
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Total |
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0,6% |
0,2% |
-2,3% |
Quadro |
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-6,0% |
-3,3% |
-3,6% |
Contratados |
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33,4% |
12,4% |
1,7% |
Ou seja, o nr. de professores aumentou entre 2007/08 e 2009/10. Em 2010/11 regista-se a primeira redução do nr. total de professores. Mas o nr. de professores contratados aumentou sempre e o inverso aconteceu com os professores do quadro (que se aposentaram nos últimos anos). Não existem dados disponíveis sobre o ano lectivo que agora findou mas não é de esperar uma alteração na tendência acima evidenciada. Percebe-se a preocupação dos professores mas já não se entende muito bem o cenário de catástrofe anunciada pois os mesmos números mostram que a recente redução (apenas no ano letivo de 2010/11) do nr. de professores se deu não pela via do despedimento mas sim pelo “balanço” entre saídas para a reforma e entradas de contratados. Saliente-se que com o Governo PS os concursos para substituição de professores do quadro (que se realizavam anualmente) passaram a ser de quatro em quatro anos. Os números são o que são e até por isso seria desejável que o Ministério divulgasse qual a projecção para o próximo ano letivo. Assim se pouparia muita polémica.