Leni R. a 27 de Julho de 2012 às 11:53
O que lhe parece*?!...
*Justificadamente.
artur a 27 de Julho de 2012 às 12:38
Pergunto-lhe: um professor do ensino secundário com 5 anos de Licenciatura + 4 anos de Mestrado + 4 anos de Doutoramento + 20 anos de experiência profissional + produção científica publicada, é considerado como funcionário qualificado ou não qualificado?
ghj a 27 de Julho de 2012 às 16:17
Ora vejamos, depende muito da área. Mestrado e doutoramento em quê, precisamente? E onde foi feito? Em que condições?
Francamente acho muito estranho que não seja professor do ensino superior.
artur a 27 de Julho de 2012 às 19:16
O ghj provavelmente ficaria espantado com a quantidade de professores do ensino básico e secundário com mestrados e doutoramentos, nas suas respectivas áreas de formação científica ou na área da educação, obtidos em universidades públicas; no meu caso, a fcsh da unl.
ghj a 28 de Julho de 2012 às 18:02
Haverá nesses casos um excesso de qualificações académicas, desnecessárias para dar aulas no ensino secundário e que não se deve traduzir em ordenados superiores.
Tiro ao Alvo a 27 de Julho de 2012 às 18:34
Amigo, 4 anos de mestrado, mais 4 anos de doutoramento, não são anos a mais? E outra coisa: acha que para ser bom professor no secundário é mesmo necessário ser mestre ou doutorado?
Quanto a remunerações, as pessoas não devem ser julgadas e pagas pelo que sabem, mas pelo que fazem, ou melhor, pelo valor do que fazem. Reconhecido pelos outros e não pelo próprio...
artur a 27 de Julho de 2012 às 19:21
não, não são anos a mais, se conhece a estrutura do ensino superior pré-bolonha faça as contas; e sim, acho que por princípio quanto mais qualificações académicas um professor tiver, melhor qualidade terá (... embora eu tenha tido péssimos professores no ensino superior...); quanto à questão do valor a pagar pelo que os professores fazem, diz muito sobre a importância que dá à Educação.
Tiro ao Alvo a 28 de Julho de 2012 às 08:44
Então, quatro anos, não são anos a mais, para fazer um mestrado de três semestres?
E não meu amigo, mais qualificações académicas (em quê?) não significam mais qualidade. Repare no escreveu: "(... embora eu tenha tido péssimos professores no ensino superior...)"
Mais qualificações académicas na administração pública, por regra, o que dão é mais quantidade de dinheiro para o bolso desses "estudiosos", por vezes (muitas vezes), imerecidamente.
artur a 28 de Julho de 2012 às 14:37
O senhor sabe ler? Quem falou num Mestrado de 3 semestres?? 4 anos, repito, 4 anos! Quanto à referência à pouca qualidade de muitos professores do ensino superior é para lhe demonstrar, por contraposição, a excelência de muitos do secundário. Quanto ao resto, é a invejazinha tipicamente portuga a funcionar. Portanto, passe bem ;)
Ghj a 28 de Julho de 2012 às 18:03
Acertou no alvo.
qualificadissimo. mas igual qualificacao no ensino privado rende salario menor. qual a sugestao da ocde?
Parece-me que o padrão, para a OCDE, devem ser as profissões similares no setor privado.
Portanto, a resposta à pergunta posta é: depende daquilo que ganham os professores no ensino privado - se ganham mais ou menos do que no estatal.
A título de exemplo: há dois ou três anos atrás (agora não sei se ainda é assim, mas deve ser), uma educadora de infância no pré-escolar estatal ganhava muitíssimo mais (cerca de 60%, creio) do que na generalidade dos jardins de infância privados.
os professores do ensino privado ganham menos.
A. Santos a 27 de Julho de 2012 às 23:09
Caro senhor Nuno Lobo:
Quando pomos à discussão um tema devemos conhecê-lo bem.
É um princípio elementar que devemos seguir.
As tabelas oficiais do ensino público, tal como as tabelas oficiais do ensino privado (publicadas no Boletim do Trabalho, depois de acordadas entre as entidades empregadoras e os representantes sindicais, ao contrário do que alguns pensam estas não são impostas nem pelo governo nem pelos sindicatos de forma selvagem) são documentos públicos.
Portanto, o senhor deveria primeiro tê-las consultado antes de cometer imprecisões, fazer insinuações ou juízos de valor sem base sólida de sustentação.
A cegueira ideológica e o preconceito nunca foram bons conselheiros.
P. S. Senhor Luís Lavoura, o que diz é absurdo, na perspectiva em que coloca a questão, e certo ao mesmo tempo.
Em qualquer dos dois sectores o leque salarial entre a entrada na profissão e o final da carreira é bastante lato, na ordem de 1:4.
Portanto, tanto pode encontrar o que disse como muito pior, e num sentido ou noutro.
João. a 27 de Julho de 2012 às 17:13
"Baixar-lhes os salários ou baixar-lhes os salários?"
É assinalável a tranquilidade com que se desclassificam os professores. É assinalável também que ao mesmo tempo que se desclassificam os professores se advoga maior autonomia para as escolas e, por extensão, para os professores.
Eu há muito que acompanho o cachimbo e portanto os posts do Nuno e sei que uma das suas grandes bandeiras é a da autonomia das escolas, estranho portanto que de um lado defenda maior autonomia para as escolas e do outro tome os professores como uma cambada de incompetentes. Ou como devo interpretar a sua frase final?
joao, sabes bem como interpretar a minha pergunta final: a partir da comparacao de salarios entre o publico e o privado e a partir da recomendacao da ocde. quanto a competencia, deveria ter implicacoes nos salarios, caso a caso. quanto a autonomia, quanto mais melhor, inclusivamente a autonomia das direccoes escolherem os seus professores de acordo com as particularidades do projecto de escola. por exemplo, poderem favorecer um mero contratado em detrimento de um do quadro por o primeiro ser melhor do que o segundo - isto se estivermos mesmo a falar de competencia.
João. a 28 de Julho de 2012 às 01:09
O problema da tua tese está na avaliação dos professores - ela implica assistir a aulas, demandar trabalhos específicos que têm também de ser avaliados, assim como acompanhar e avaliar as planificações de aula, o conhecimento das matérias, etc. Isto implica um grupo de agentes cujo trabalho é só este e portanto uma multiplicação de custos.
Há questões de logística que são rapidamente desconsideradas na opinião mas que no terreno são bastante difíceis e não me admira nada que a própria optimização desse sistema de autonomia conduza à instalação nas escolas, por sua iniciativa, de expedientes que vão simplesmente anular essa ideia de uma avaliação contínua e chegar a inércias semelhantes às que temos hoje como é a da antiguidade.
No ensino privado nada garante que a avaliação que lá é feita signifique melhores professores até porque saiu há dias uma notícia de um estudo que dava conta de um benefício médio de meio ponto para os alunos do ensino privado quando comparados os resultados dos exames nacionais, ou seja, o estudo sugeriu que as médias dos exames nacionais mostravam que as notas no particular estavam inflacionadas em meio ponto. Curiosamente (nada curiosamente, diga-se), portanto, este estudo sugere que a avaliação dos alunos é mais amiga no privado do que no público.
A.B.H. Ramos a 27 de Julho de 2012 às 17:50
Tem muita piada este post - eu, na minha área científica, poderia ganhar mais do que ganho como professor (12 x 1.400 euros/ano) e trabalhar o mesmo número de horas...
Tiro ao Alvo a 27 de Julho de 2012 às 19:46
E por que não muda? Nos dias de hoje, mudança é a regra; e quem muda Deus ajuda...
A.B.H. Ramos a 27 de Julho de 2012 às 23:08
Não mudo porque gosto da minha profissão - porque não muda Vª Excia?
entao ja sao dois a sorrir: v. exa. e o lobo.
J. a 28 de Julho de 2012 às 18:08
Todas as opções têm vantagens e desvantagens. Estará a fazer o que gosta, coisa que muita gente nunca consegue.
Fean Rolo a 28 de Julho de 2012 às 22:55
Há uma senhora que me faz limpeza à casa 1 vez por semana. Está a estudar e até pode vir a tirar uma licenciatura. Será que lhe deverei passar a pagar mais por ser licenciada?
Por que carga de água deveremos pagar menos a um óptimo professor que consegue fazer com que os seus alunos aprendam fácil e rapidamente e pagar mais a um rato de biblioteca que colecciona cursos mas que é um incapaz na sua profissão?
O que tem lógica é o vencimento dependa da produtividade do trabalho de cada um e que os vários cursos sirvam para aumentar essa produtividade.
Regras que premeiem cursos em vez de resultados, só fazem aumentar o mercado dos “cursos à pressão”. Se se premiasse os resultados dos professores, isto é, o que conseguem fazer com os seus alunos, deixaria de haver procura de cursos onde se encana a perna à rã e só servem de pretexto para os seus alunos sacarem mais do erário público.
Tiro ao Alvo a 30 de Julho de 2012 às 16:03
Inteiramente de acordo consigo. Temo é que estes professores, que por aqui apareceram a defender a sua dama, não saibam ler correctamente...
Anónimo a 29 de Julho de 2012 às 14:38
Este tema não vinha no Público de 6ª feira, mas referindo-se à função pública em geral?
Se queria abordar o tema dos professores, podia ter seguido a mesma "inspiração" do público do mesmo dia, mais concretamente o artigo da Graça Barbosa Ribeiro na pg 14...
Von Alldösser