Renato a 24 de Agosto de 2012 às 15:19
Ou de como não ter ideias próprias sobre o assunto, tendo necessidade de recorrer às dos outros para saber o que pensar. É que, boas ou más, os outros têm ideias e dizem o que pensam.
É isso Renato os outros é que têm ideias.
Já ideias quais é que são as ideias do Arons, do Emídio Rangel ou da Comissão de Trabalhadores sobre o futuro da RTP ?
Renato a 24 de Agosto de 2012 às 16:36
Manter a RTP nas mãos do Estado, sem dar a gestão da televisão a privados, ainda por cima pagando-lhes (genial). São estatistas, comunistas, socialistas, bloquistas, etc, o diabo a quatro. O Pedro, por seu lado, parece que tinha uma ideia vaga de que a ideia do governo não lhe agradava, mas, felizmente, está-lhe a passar.
Se não estou enganado, a ideia sempre foi privatizar um e manter o outro; nunca foi anular um e conceder o outro. Veremos o que se segue.
fgh a 24 de Agosto de 2012 às 18:47
Já se percebeu abundantemente que o governo Relvas- seja-o-que-for-estou-nessa-cds manterá o mais possível o "status quo".
Qualquer coisa que não seja isso ameaça este Relvas e Relvas sabe do que precisa.
Parafraseando o PM, embora em contexto diferente, lá se vai o menino com a água do banho: a programação que faz sentido, por ser a única que oferece algo diverso e melhor, deixa de existir, para ficarmos com aquela que, por ser em tudo igual às outras, não tem razão de existir e, por ser redundante, justifica a ideia de um só canal - já seria muito complicado o Estado manter o canal restante diferente e qualitativamente melhor do que os outros, mas a concessão desse mesmo canal restante a privados, assim me parece, deita por terra qualquer pequena esperança que eu ainda pudesse ter. Não estou a gostar.
o meu comentário dirige-se à ideia da concessão e não aos pormenores do post
luis g graca a 24 de Agosto de 2012 às 15:58
Muito bom, Pedro.
Agora só falta um post para ensinar comentadores como o Renato a perceber ironias.
Abraco
João. a 24 de Agosto de 2012 às 17:31
Na verdade tavez falte um post a ensinar ao luis o que significa ironia, já que me parece que ao tomar o post como irónico o luis poderá não faz ideia do que seja reamente.
Uma pequena pista: a ironia, numa argumentação, passa pela capacidade reforçar o que se pensa de um dado tema de argumentando contra o que se pensa desse tema.
O ironia, a verdadeira ironia, culmina na conclusão por parte do interlocutor para o absurdo ou irrazoablididade do argumento que lançamos, conclusão essa que era a verdadeira intenção do argumento.
Não é o caso aqui, uma vez que o Pedro nos oferece explicitamente a conclusão a que devemos chegar e nessa medida talvez seja acima de tudo um post sarcástico.
Renato a 24 de Agosto de 2012 às 22:46
Luis, ironia é quando se diz o contrário daquilo que se pensa. Isso quer dizer que o Pedro concorda com o Rangel, o Arons de Carvalho e os outros? ;) Mas talvez o Luis queira rever o conceito de ironia. Ou talvez aprendê-lo, o que é mais fácil.
O Pedro utilizou outro instrumento de retórica muito comum nos debates: se os meus inimigos discordam de um coisa, essa coisa deve estar certa
luis g graca a 27 de Agosto de 2012 às 22:40
E eu a pensar que o Renato não tinha percebido o post do Pedro...e que o tinha acusado de não ter ideias senão por oposição às dos adversários...assim já estou mais descansado...só percebi mal o Renato...
No fundo resume-se a que tudo o que o Expresso/SIC não apoiar é bom.
O choro pela RTP2 que é vista por uma infima parte da população que assina o cabo (óbvio que quem só tem quatro canais está-se marimbando para os filmes de culto) e que pode encontrar o mesmo e melhor noustros canais é patético.
Bengal a 24 de Agosto de 2012 às 19:54
Absolutamente de acordo. O ridículo é ouvir os convidados (mandatários) da SIC nos seus noticiários a dizerem que as liberdade cívicas e de opinião ficam ameaçadas com a venda/concessão...da RTP.
Não era o democrata Balsemão e outros balsemões que vociferavam contra a inexistência de televisões privadas antes de terem a deles? Será que a diversificação e a multiplicidade na oferta faz melhorar sempre o produto?
Já agora, não passamos a vida a ouvir dizer , e bem, que o monopólio da Galp é terrível?A inexistência de concorrência só serve para explorar o consumidor de notícias, de bens alimentares, de gasolina etc.etc.etc .
MIGUEL a 24 de Agosto de 2012 às 20:49
BEM
SE FOR ACABAR COM A COMPRA DE REPORTAGENS ESTRANGEIRAS E SUA TRADUÇAO E UMA PROGRAMAÇAO ONDE SE VEJA MUSICA PORTUGUESA E OUTRAS COISAS QUE DESAPARECERAM COM A CENSURA POLITICA VIGENTE...
VALE MAIS MORRER O QUE JÁ NAO SERVE ESTE POVO!
A. Santos a 24 de Agosto de 2012 às 22:15
Pergunta parva:
E com esta solução poupa-se mais ou menos do que nas PPP ou nas «rendas» excessivas da energia?
Leni R. a 25 de Agosto de 2012 às 08:04
Este governo exibe-se irrevogavelmente como de vistas curtas.
Primeiro trataram de arranjar um «espalha-brasas» que mete o pé em cada poça que vê, e para lá arrasta o governo. Falta saber se é por inspiração própria ou a mando de alguém... E se esse alguém é do governo ou exterior a ele...
Em quantas mais poças permitirá o governo que o Super-Boy Borges chapinhe?!...
Talvez o caso já nem seja só de vistas curtas. Provavelmente é mesmo cegueira, e da pior: daquela ideológica.
Marão a 25 de Agosto de 2012 às 10:08
O governo que não sabe pegar na marreta manda Borges partir cascalho. Ou me engano muito ou esta ave rara está a ver se cola uma habilidade de recreio. Entregar a gestão aos privados de uma quinta falida, que nós á descarada ou em camuflado continuaríamos a pagar. Solução simples cá deste especialista (eu mesmo) em ser aldrabado: Manter a RTP 1 (Canal Estatal de Televisão) especialmente vocacionado para educação cívica, conhecimento e ensino, artes, cultura, recreio e desporto amador de base. Seriam contratados com os privados serviços noticiosos não exaustivos a captar nessas estações. Nesta conformidade, o 2 como se depreende ia ao ar dado que a sua função mais nobre era objecto da transferência atrás referenciada. Deixaria assim de haver por lá poeirentos e inamovíveis sobretudos só para assinalar presenças fraudulentas. Este calceteiro alugado anda a dar muito nas vistas por não acertar com o desenho da calçada, mas Relvas precisa de uma cobertura tão cara como mal amanhada.
Este é um dos piores defeitos da direita portuguesa - ter ideias que, por definição, devem ser a antítese das da esquerda.
Ou seja, mesmo que uma determinada solução não seja entusiasmante, ou seja até irracional, ela é boa desde que a esquerda seja contra ela.
A. Santos a 27 de Agosto de 2012 às 10:21
Luís Lavoura:
Infelizmente para nós, a Direita e a Esquerda que temos (não as que eu desejaria que tivéssemos) estão muito bem uma para a outra.
Até mete dó ouvir os argumentos, quer de uma, quer de outra.
E o debate público ou nos media» ou divulgado por eles só com uma dose infinita de paciência se suporta.
É o país que temos, muito diferente do que muitos de nós desejariam, mas se calhar é o país que merecemos.
Talvez Você tenha razão, mas o que eu lamento é que o Pedro Pestana Bastos afine por esse diapasão, ou seja, que, em vez de procurar aumentar o nível do debate, o reduza a esse confronto estéril Esquerda-Direita.
Eu esperaria melhor da parte do Pedro. Não é para este estilo de debate que eu venho ler o Cachimbo.
Luis
Foi apenas uma pequena provocação. Confesso que me fez confusão o reacção epidérmica que alguma esquerda a uma ideia que não foi ainda mastigada.
Mas se calhar tem razão e não devia ter ido por essa provocação fácil.
Aliás confesso que a ideia não me entusiasma e com o debate que tenho assistido tenho reforçado esse meu não entusiasmo. Mas é bom que se debata o tema.