A evidência e a objectividade
Em Portugal paga-se, no sector público e em final de carreira (e é apenas um caso entre muitas profissões), 3364 euros brutos/mês por uma educadora de infância. Isto é uma brutalidade, um atentado que é feito à população em geral.
No entanto, postos perante essa evidência, que choca qualquer Português ou Estrangeiro com os olhos minimamente abertos, alguns, por pertencerem à mesma corporação, julgam de alguma forma que existe algum tipo de argumento - talvez atacando o mensageiro, talvez divergindo a discussão para a ideologia - que consiga tornar essa evidência em algo de menor importância, irrelevante até.
Um facto é que esses salários, expurgados ao povo por meio de mecanismos coercivos de cobrança de impostos, são uma brutal injustiça, para quem tem que se sujeitar a um mercado que, na larga maioria, não os paga (seja pela mesma função, seja por outras).
Não há aqui falta de objectividade. Não há aqui falta de conhecimento. O salário é factualmente aquele e o salário é factualmente absurdo.
(isto não obsta a que outras críticas a amigalhaços, corrupção, assessores, políticos, etc, etc sejam igualmente válidas. Mas esta também é. Urge tanto colocar um fim à corrupção ilegal, como a esta corrupção do sistema, legal)