MRC a 28 de Outubro de 2008 às 03:19
A urgência da avaliação de professores era, porém, um facto incontornável e é aceite pelos próprios sindicatos.
Não é possível aguentar mais com professores inúteis, incompetentes e baldas enquanto outros há que se esforçam, preparam aulas como deve ser, faltam poucas vezes, promovem e participam em actividades extra-curriculares, etc.
O problema está no encontrar um modelo ideal ou, no mínimo, menos injusto de avaliação e este modelo, além de excessivamente burocrático, tem várias falhas.
É difícil encontrar uma solução equilibrada. Talvez através de experiências.
Se existisse uma cultura de exigência quer por parte dos professores, quer dos pais, quer dos alunos nada disto seria necessário.
"A urgência da avaliação de profs. era um facto incontornável" - é? Porquê? Para mim não é de todo "incontornável".
Convém ter algum cuidado quando se avança logo com "premissas" que não são, elas mesmas, indiscutíveis.
E ainda que se aceite o "princípio" da avaliação, é importante, primeiro, saber-se para quê fazê-la, o que avaliar e com que critérios. O que torna a presente "avaliação" perversa e perniciosa não é tanto o seu carácter "burocrático", mas sim o seu próprio "princípio", os seus "pressupostos" e "fundamentos". Estes são absurdos. Direi porquê, não aqui, mas num post.
Anónimo a 29 de Outubro de 2008 às 00:00
A avaliação encobre defeitos. A melhoria não se faz com defeitos debaixo do tapete.
Um professor balda pode ter um excelente relacionamento com os alunos porque dá boas notas. Estes dois últimos parâmetros (relacionamento com os alunos e notas) contam para a avaliação. É possivel, então um professor balda ter bom na avaliação desde que não abuse das faltas, e se vá arrastando diariamente até à escola sem preparar aulas e deixando os alunos brincar.
No entanto, na escola sabe-se quem tem este comportamento. Quando a avaliação o certificar com bom, perde-se a oportunidade de corrigir. Os sistemas de avaliação europeus são menos diabólicos mas centram-se na correcção dos aspectos menos positivos de cada um dos professores. A avaliação não se centra em somas globais, mas na detecção de aspectos menos bons. Um professor que tem muito bom em todos os parâmetros, menos num, vai ser ajudado a melhorar o seu trabalho.
Perdeu-se o hábito de falar, de ajudar. O importante é avaliar.
MJP