Uma coisa mais ou menos filosófica: a representação de um cachimbo na tela não é um verdadeiro cachimbo mas, por outro lado, não deixa de ser um cachimbo, etc.
O Foucault escreveu umas coisas muito boas sobre a questão da representação (penso que no livro "As Palavras e as Coisas") com base no quadro "As Meninas" de Velázquez: (1) Velázquez é o artistas que pinta o quadro; (2) por outro lado, o próprio Velázquez aparece representado no quadro, de frente, a pintar os reis (que estão de costas e não se vêem); (3) porém, os reis aparecem pintados no fundo da sala, reflectidos por um espelho... Há ali um jogo interessante entre a representação e a realidade. Estive a semana passada no Prado a olhar este quadro e tive pena de não me ter lembrado de levar uma cópia do texto de Foucault para pensar sobre o assunto ali ao vivo. Li otexto há já alguns anos e não me lembro dos pormenores.
Aliás, no quadro postado pelo Picoito, aparece um cachimbo representado na tela ao lado de um cachimbo supostamente real; acontece que o cachimbo supostamente real também é uma representação na tela pintada pelo Magritte... E por aí fora.
De 15 de Julho a 15 de Setembro ! Férias! É justo pois se um orgao de soberania como a AR tem férias de 2 meses, o Sol quando nasce deve ser igual para todos, menos para operários, magistrados, recibos verdes! Tá certo!
O Cachimbo de Magritte é um blogue de comentário político. Ocasionalmente, trata também de coisas sérias. Sabe que a realidade nem sempre é o que parece. Não tem uma ideologia e desconfia de ideologias. Prefere Burke à burqa e Aron aos arianos. Acredita que Portugal é uma teimosia viável e o 11 de Setembro uma vasta conspiração para Mário Soares aparecer na RTP. Não quer o poder, mas já está por tudo. Fuma-se devagar e, ao contrário do que diz o Estado, não provoca impotência.