O Cachimbo Jorge Costa partilhou um gráfico com os resultados da última sondagem efectuada na grécia.
Os resultados da sondagem adivinham uma revolução. Perda de votos pelos partidos do sistema, (Pasok e ND passam de 32% para 23%), dinâmica de vitória da extrema esquerda, e voto estratégico nos pequenos partidos que ficaram a décimas de conseguir entrada no parlamento.
De referir que os gregos vão votar a 17 de Junho, com as cartas na mesa, ou seja sabendo que o sistema tem regras que subvertem a proporcionalidade e com a clara noção de quais as transferências de voto mínimas, necessárias para assegurar uma conversão de votos em mandatos totalmente diferente.
O sistema grego tem sobretudo duas caracteristicas que subvertem a proporcionalidade. Por um lado o partido que tiver mais um voto tem 50 deputados de bónus, por outro lado um partido que não chegue aos 3% não elege qualquer deputado, mesmo que a simples regra de conversão de votos em mandatos conferisse deputados. Foi o que aconteceu aos Verdes (2,91%), ao Laos (2,9%) e à Aliança Democrática (2,6%).
Os verdes ficaram a 0.08% de chegar aos 3% e com 3% teriam elegido 7 deputados, o Laos (extrema direita clássica) ficou a 0.1% dos 3% e teria também direito a 6 deputados e mesmo a Aliança Democrática ficou a 0.5% dos 3%.
O paradoxal é que estas regras que foram criadas pelo Pasok e pela ND como forma de assegurar a estabilidade e a governabilidade de um sistema de rotativismo bipartidário, sejam as responsáveis por assegurar ao Syriza uma maioria com escassos 35%. Por outras palavras, graças à subversão das regras de proporcionalidade democrática, caso as urnas confirmem estes resultados, a extrema esquerda e os comunistas terão maioria absoluta no parlamento grego.