Quarta-feira, 07.09.11

O guru da Alfama School of Economics

"A Europa pode ser recuperada rapidamente" e "não é justo que Portugal, Grécia e Espanha paguem uma crise causada pela especulação bancária", afirmou Lula da Silva, argumentando ser "importante que os mais ricos do mundo assumam mais responsabilidade".

 

 

publicado por Miguel Noronha às 11:41 | partilhar
Sexta-feira, 22.07.11

Alfama strikes again

Aqui temos mais uma especializada e especial análise ao melhor estilo da Alfama School of Economics. Comenta-se a execução orçamental do primeiro semestre:

"Nos primeiros seis meses de 2011, a despesa efectiva do Estado emagreceu 3,4%, face a igual período do ano transacto, e a despesa primária caiu 4%, informou hoje a Direcção-Geral do Orçamento. A despesa com pessoal desceu 8%, sobretudo por causa do corte de salários dos funcionários públicos." Contudo,  «Redução da despesa no Estado abranda por causa dos juros da dívida». Juros que ficaram muito piores com o empurrão no governo anterior. Mas é mais giro dizer que há um desvio colossal, não é?

 

Eu explico. A queda na despesa efectiva e primária deve-se principalmente (eu até dira quase exclusivamente) à redução nos custos de pessoal que constituem a sua maior parcela. Isto é, o único esforço efectivo de contenção da despesa foi mesmo o corte dos salários na função pública. O aumento da despesa com juros refere-se aos empréstimos contratados no mercado primário na sua nos anos de 2010 e, provavelmente, aos de curto prazo do primeiro trimestre de 2011.  Para terminar, mesmo que tenha existido uma redução do défice podermos ainda assim estar na presença de um desvio uma vez que os resultados serão medidos contra um valor objectivo.

publicado por Miguel Noronha às 09:40 | partilhar
Quarta-feira, 06.07.11

Novas oportunidades

Se ainda não conhece as informadas análises da Alfama School of Economics tem aqui três excelentes exemplos.

publicado por Miguel Noronha às 14:31 | partilhar
Segunda-feira, 27.06.11

Uma péssima ideia

Sempre preocupada com a expansão do seu orçamento, ainda para mais numa altura de crise, a União Europeia procura formas de se financiar directamente por forma a ultrapassar as resistências dos países-membros pouco dispostos a financiar os seus ambiciosos projectos. Uma ideia que parece estar a ganhar algum apoio é a introdução de uma Taxa Tobin sobre as transacções financeiras. O seu primeiro proponente, James Tobin defendia a introdução desta como forma de desencorajar as operações de curto prazo (originalmente no mercado cambial) e não como forma de financiamento. Aliás, a experiência demonstra que as receitas da taxa costumam ser reduzidas e bastante abaixo das estimativas. O que não surpreende. Corroborando as leis económicas. um imposto actua como um incentivo negativo. O contrário só encontra fundamentação teorica no campo da afamada Alfama School of Economics. 

 

Como já aqui escrevi mesmo o efeito sobre a especulação  não é mesmo nada recomendável e pode ter  efeitos contrários aos pretendidos. Por outro lado, uma taxa deste tipo irá necessariamente (e era esse o seu objectivo) a movimentação internacional de capitais. Numa altura em que a liquidez é pouco abundante tendo-se inclusivamente verificado rupturas no sistema de pagamentos não é mesmo nada aconselhável a sua adopção. Se houvesse uma boa conjuntura para introduzir a Taxa Tobin não seria esta certamente. E os países periféricos da zona euros deviam ser os seus maiores opositores.

 

Por último, estando todos os governos obrigados a reduzir os seus gastos não se entende porque deverá o orçamento comunitário continuar a crescer.  Aliás, o que precisamos é de uma UE mais reduzida nas suas ambições e nãode mais projectos megalómanos, regulamentos e eurocratas.

publicado por Miguel Noronha às 10:11 | partilhar
Quarta-feira, 22.06.11

Desmistificando os "terríveis" especuladores

Segundo o Financial Times, o Banco Mundial estará a aconselhar as empresas instaladas nos países menos desenvolvidos a protegerem-se contra a instabilidade nos preços de produtos alimentares através da compra de derivativos. Isto acontece na mesma altura que o G20, seguindo os conselhos da extrema-esquerda e da afamada Alfama School of Economics, se prepara para impor restrições ao funcionamento deste mercado alegado que são os especuladores que causam a instabilidade.

 

Para quem quiser saber porque o conselho do Banco Mundial é plenamente justificado (ao contrário das intenções do G20) aconselho a leitura dos links inclusos nestes posts (1, 2, 3, 4). Ou na versão rápida este comentário do Luís Aguiar-Conraria e esta história exemplar (e verídica).

 

 

publicado por Miguel Noronha às 09:09 | partilhar
Quarta-feira, 25.05.11

Alfama School of Economics reloaded - round 2

uma saída destas [o "default"] só não é suicida se for executada no quadro da União Europeia, ligada a uma estratégia regional para reganhar soberania face aos mercados. Mas esse era o carrinho que o governo estava a tentar apanhar quando a coligação negativa precipitou a crise política e nos entregou ao forrobodó especulativo

A supracitada tese é mais um contributo da conhecida Alfama School of Economics para a compreensão e resolução da crise financeira e económica. Só se esquece de referir que o "carrinho" da  "estratégia regional para reganhar [sic] soberania face aos mercados" descarrilou perante a recusa dos restantes países-membros em assumir as dívidas do Club Med (um nome mais simpático para os PIIGS). Também, as tentativas de colocação privada da dívida ou de garantir o sucesso de leilões com pré-acordos junto de fundos soberanos  não permitiu travar significativamente a subida das taxas e obrigou a concessões que (por "boas" razões) nunca foram publicamente divulgadas. Qualquer um destes insucessos ocorreu independentemente da crise política e próprio "forrobodó especulativo" tem razões bem anteriores. Mas isso são factos que não encaixam no "cherry picking"  que é feito às teses do Professor Boaventura Sousa Santos. Não interessam, portanto.

publicado por Miguel Noronha às 16:52 | partilhar
Terça-feira, 24.05.11

Alfama School of Economics reloaded

O Professor Boaventura Sousa Santos, conhecido especialista em finanças públicas e guru da Alfama School of Economics desmente o Banco de Portugal e o FMI. (e o Pedro Bráz Teixeira também não se fica a rir): "a sucessão frenética da despromoção da dívida soberana [não teve] (...) qualquer ligação à situação da economia real". Tem toda a razão Professor. Dadas as situações económica e financeira do país espanta-me como é que ainda nos atribuem notações tão elevadas.

publicado por Miguel Noronha às 16:39 | partilhar

Cachimbos

O Cachimbo de Magritte é um blogue de comentário político. Ocasionalmente, trata também de coisas sérias. Sabe que a realidade nem sempre é o que parece. Não tem uma ideologia e desconfia de ideologias. Prefere Burke à burqa e Aron aos arianos. Acredita que Portugal é uma teimosia viável e o 11 de Setembro uma vasta conspiração para Mário Soares aparecer na RTP. Não quer o poder, mas já está por tudo. Fuma-se devagar e, ao contrário do que diz o Estado, não provoca impotência.

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