Tavares Moreira chama a atenção para o comunicado à imprensa do FMI em que se dá conta da aprovação pelo Executive Board da ajuda a Portugal. No anexo faz-se uma breve resenha da recente evolução económica que justificam as actuais dificuldades. Aqui se confirma, a traços largos, o que recentemente havia dito o Banco de Portugal e não confirmam alguns mitos popularizados pelo governo socialista e respectivo séquito. Nomeadamente, que a crise foi despoletada pelo chumbo do PEC IV, que não existem razões estruturais especificamente portuguesas e que o contágio se deu dos bancos para as contas públicas. Recomendo a leitura integral do post de Tavares Moreira
No Público
No relatório anual publicado ontem, a entidade liderada por Carlos Costa assinala que foi o adiamento, em 2010, da correcção dos desequilíbrios orçamentais e externos da economia portuguesa - incluindo défices públicos acima do esperado - que fizeram com que Portugal ficasse exposto a uma avaliação negativa por parte dos mercados financeiros internacionais.
"Os investidores internacionais singularizaram a economia portuguesa principalmente em função do elevado nível de endividamento externo e do baixo crescimento tendencial, em conjugação com níveis do défice e da dívida pública relativamente altos e superiores ao esperado", afirmam os responsáveis do banco central.
O Banco de Portugal deixa bem claro que não foi o chumbo do PEC IV ou sequer descidas na notação da dívida soberana (versões popularizadas pela Alfama School of Economics) que provocaram o pedido de ajuda externa. Foi o laxismo do governo socialista que demorou uma eternidade a reconhecer que estavamos numa trajectória insutentável e que falhou repetidamente objectivos auto-propostos nos PEC e OE (todos aprovados com o voto do PSD), que nos colocou nesta posição. Infelizmente o PS parece não ter aprendido nada com os seus erros. Sabem o que está a acontecer à Grécia, não sabem?
O ilustre deputado Saldanha Galamba anda cheio de azar. Bastaram alguns dias para o que a reforma "definitiva" do sistema público de pensões, que ele tanto elogiou, fosse posta em causa. Aguarda-se a qualquer instante um ataque "abrantino" ao carácter do governador do Banco de Portugal a fim de desacreditar a instituição que ousa por em causa o chefe dos socialistas.