Quinta-feira, 06.09.12

A falta que a memória faz...

Aguiar Branco quer defesa militar conjunta com Espanha

 

e ainda só passou uma década!

 

Marinha portuguesa afastou «Prestige»

 

mas os exemplos são quase diários.

publicado por Victor Tavares Morais às 13:37 | comentar | ver comentários (4) | partilhar
Terça-feira, 28.08.12

um conceito perigoso ou "interessante"?

 

publicado por Victor Tavares Morais às 19:22 | comentar | ver comentários (13) | partilhar
Segunda-feira, 27.08.12

Conceito estratégico de defesa nacional (II)

Se há capítulo que não carece de revisão no novo conceito estratégico de defesa nacional, por princípio, é o dos valores permanentes. O que se exige ao Estado é que cumpra as suas obrigações, por exemplo na Educação.

 

4.4 — O Estado não declina responsabilidades na promoção de um adequado espírito de segurança e defesa junto da população portuguesa.

A articulação da política de defesa com a política de educação constituirá uma prioridade, que se encara como elemento importante do exercício da cidadania. É uma obrigação nacional reforçar a educação para o patriotismo, cuidar das componentes de segurança e defesa nos programas escolares e proteger, modernizando, as instituições de ensino especificamente militares.”

(actual conceito estratégico de defesa nacional)

publicado por Victor Tavares Morais às 07:05 | comentar | ver comentários (2) | partilhar
Sexta-feira, 03.08.12

Conceito Estratégico de Defesa Nacional (I)

Vai ser entregue ao Governo no próximo mês de Setembro uma proposta sobre as Grandes Opções do Conceito Estratégico de Defesa Nacional, proposta que será posteriormente submetida à Assembleia da República para debate. O documento será da responsabilidade da comissão nomeada para o efeito.

Os políticos já deram as directivas à comissão: as ministeriais e as partidárias. As palavras do ministro da Defesa Nacional, cuidadas e politicamente inteligentes acusaram uma preocupação com a racionalização dos meios (necessária sem dúvida), mas ainda nada revelam quanto à amplitude dos cortes e qual o significado da apregoada articulação entre as dimensões da política de defesa e da política económica (a grande incógnita), depois da “diplomacia económica” surge agora, na mesma linha, “a defesa nacional económica” – e aqui, a questão é bem mais delicada. Já os deputados falaram para a imprensa, com linguagem politicamente menos sofisticada, articularam um racional mais limitado e falaram abertamente do que desconhecem: o “duplo uso” das forças armadas – cujo alcance, para muitos, não passa de fazer das FFAA um corpo de protecção civil supletivo, profissional e barato. Depois do fim do SMO a próxima fase do populismo é o “duplo uso”.

Começa-se por estranhar que numa comissão de 26 personalidades, que tem como objectivo produzir um documento sobre defesa nacional, integre apenas 3 oficiais generais (e nenhum no activo). Para um tema desta natureza a componente técnica e profissional está sub-representada. Não se entende o porquê.

Esta comissão é uma chuva de estrelas mas não alimentem expectativas elevadas. No final vamos ver para que serviu todo este exercício.

publicado por Victor Tavares Morais às 14:08 | comentar | partilhar
Sábado, 03.12.11

O inimigo que vem do norte

 

 

Foto retirada do jornal The Guardian - Photograph: Abed Al Hashlamoun/EPA

 

A Grécia, que a propósito da crise financeira europeia, tem sido tão noticiada na comunicação social, acaba por ser, para muitos europeus, um membro desconhecido num corpo disforme e retalhado. Quanto ao Médio-Oriente não é diferente, o que sabemos sobre o que se passa em Israel ou no Egipto é muito do mesmo, e quase nada de novo. E quanto à relação da Europa com Israel sabemos apenas que não é de afinidades.

 

Temos do Mar Mediterrâneo uma imagem de calmaria, talvez seja transmitida pelos dias de férias passados na nossa costa algarvia, às portas do mediterrâneo, onde os acontecimentos mais radicais que temos são desembarques de traficantes de droga, ou um, mais esporádico, de imigrantes ilegais. No entanto, no mediterrâneo oriental tivemos importantes acontecimentos este ano de 2011, revoltas no Egipto e na Líbia, e agora estamos a assistir à formação de uma aliança estratégica de Israel e da Grécia. Os governos das cidades berço da cultura ocidental (Jerusalém e Atenas), estão numa nova fase de comunhão, só que motivada por interesses bem mais prosaicos que os culturais: os recursos energéticos e a segurança.

 

Esta semana, com a visita oficial do ministro israelita a Atenas, tivemos a última demonstração que uma aliança estratégica entre Israel e a Grécia está em estágio avançado. O ministro dos negócios estrangeiros israelita deslocou-se a Atenas onde anunciou um acordo de cooperação estratégico na área da energia entre Israel, a Grécia e o Chipre, proferiu ainda declarações inequívocas de apoio aos direitos de exploração de recursos naturais (petróleo e gás), por parte dos cipriotas gregos, no mediterrâneo oriental. Mas disse mais, disse que Israel estaria disposto a defender esses direitos se alguém os desafiasse, e não acreditava que a Turquia o fizesse. Ora, a Turquia já o fez, pelo menos verbalmente. O governo turco reagiu, reafirmando que considera a exploração de recursos no mediterrâneo por parte do Chipre ilegal, e teve a resposta no próprio dia, não da Grécia, nem do Chipre, muito menos da UE, mas novamente de Israel - rejeitou as acusações e informou que as explorações são em zona económica exclusiva do Chipre.

 

Em Setembro, tinha sido a vez do ministro da defesa de Atenas visitar Jerusalém, para selar uns protocolos operacionais de defesa (note-se: operacionais), teve encontros com os principais governantes mas também com o Patriarca de Jerusalém: a comunhão parece ser alargada.

 

E a pergunta que se impõe é a seguinte: porque necessita Israel desta aliança?

Sabemos que desde que a frota de barcos de pavilhão turco furou o bloqueio naval à Faixa de Gaza, as relações com a Turquia tiveram um sério agravamento e nunca mais melhoraram, bem pelo contrário. A Turquia é agora o inimigo que vem do norte.

 

Se somarmos a isto, as revoltas árabes, nomeadamente no Egipto, e a grave instabilidade na Líbia, temos uma equação de muitas e novas variáveis. Deixemos aqui a Líbia de lado (onde pode emergir um ninho de piratas), mas só o Egipto, per si, tem sido fonte bastante de preocupação. O Egipto é o principal fornecedor de gás a Israel, e com Mubarak sempre cumpriu escrupulosamente os contratos, acontece que desde o início das revoltas no Cairo, só entregou a Israel ¼ do que estaria contratualmente obrigado. E naturalmente, este facto tem causado sérias dificuldades a Israel, nomeadamente aos sectores que dependem do gás, como a produção eléctrica – com o recurso alternativo ao gasóleo e ao fuel os preços da electricidade dispararam brutalmente. Mas o mais grave aconteceu na segunda-feira, um atentado terrorista no Egipto (o nono, só este ano) interrompeu de vez o fornecimento a Israel.

 

Este é um problema muito grave, mas para Israel é ainda assim temporário (tem abastecimento estratégico e de segurança de combustíveis para mais de um ano), e o país vai em breve ser autosuficiente em gás por várias décadas, com a entrada em funcionamento da sua exploração de gás de Tamar, em 2013.

 

Mas onde fica Tamar? É uma exploração offshore no mediterrâneo a 80 km da costa (sujeito a ataques terroristas ou dos seus inimigos de sempre). E os petroleiros que abastecem Israel, de onde vêm? Pelo estreito do Bósforo, controlado pela Turquia. Israel necessita rapidamente de se afirmar militarmente no mediterrâneo, e a Grécia é o seu aliado natural, confronta-se com a Turquia e tem uma marinha de guerra razoavelmente eficaz. Esta aliança vai dominar o mediterrâneo oriental.

 

E a Grécia, porque investe tanto nesta aliança?

A UE já foi união económica, união monetária, união de vontades e agora parece que vai ser união orçamental, coisas muito importantes - mas já todos percebemos que não há um alemão disposto a arriscar a carteira por um belga ou francês, quanto mais a vida por um grego ou português. Os Estados continuam a fazer pela vida, e fazem bem.

publicado por Victor Tavares Morais às 10:11 | comentar | ver comentários (7) | partilhar

Cachimbos

O Cachimbo de Magritte é um blogue de comentário político. Ocasionalmente, trata também de coisas sérias. Sabe que a realidade nem sempre é o que parece. Não tem uma ideologia e desconfia de ideologias. Prefere Burke à burqa e Aron aos arianos. Acredita que Portugal é uma teimosia viável e o 11 de Setembro uma vasta conspiração para Mário Soares aparecer na RTP. Não quer o poder, mas já está por tudo. Fuma-se devagar e, ao contrário do que diz o Estado, não provoca impotência.

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