Quinta-feira, 30.08.12

Ban Ki-moon - o insubordinado

 

Contrariando as indicações da diplomacia norte-americana o Secretário Geral das Nações Unidas foi a Teerão à cimeira dos Países Não-Alinhados e imaginem... até se reuniu com o homem mais perigoso do mundo. Os Não-Alinhados é aquele “clube de pobres” do tempo da guerra-fria que integra hoje países como a Índia e que tem o Brasil e a China como membros observadores, representam no conjunto mais de 55% da população mundial. Quanto é que será em termos de PIB mundial? Como o mundo mudou! 

O que não é normal é ser um blog de direita a falar destes temas, mas também neste aspecto as coisas mudaram. A esquerda europeia, ao que parece, submergiu na Primavera Árabe - o ridículo que é ver Hollande a prometer reconhecer um governo que ainda não existe e portanto não conhece!

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Quinta-feira, 23.08.12

Israel o Irão e a bomba

ou porque é que Israel não deve iniciar uma guerra com o Irão. Uma resposta actual à pergunta da capa da revista Weekly Standard de há 2 anos!

 

 

"As Iran's nuclear progress continues and negotiations fail to reach a breakthrough, the threat of an Israeli preventive strike on Iran's nuclear facilities grows. In Risk and Rivalry: Israel, Iran and the Bomb, authors Dr. Colin H. Kahl, Melissa G. Dalton and Matthew Irvine argue that despite the abhorrent threats by some Iranian leaders to "wipe Israel off the map," the actual behavior of the Islamic Republic over the past three decades indicates that the regime is not suicidal and is sufficiently rational for nuclear deterrence. The report finds that a nuclear-armed Iran would be a much more dangerous adversary but that Iran is unlikely to deliberately use nuclear weapons, or transfer a nuclear device to terrorists to use, against Israel. The authors recommend that while preventing Iran from acquiring nuclear weapons should remain an urgent priority, rushing into preventive war would risk making the threat worse and force should be seen as a last resort."

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Quarta-feira, 22.08.12

Sandices

 

 
Capa da WS da semana passada
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Terça-feira, 21.08.12

“Obsession with Iran Act 2012”

 
Ron Paul uma voz solitária na Câmara dos Representantes (1 de Agosto de 2012)
 
We have not been provoked, [Iran] is not a threat to our national security and we should not be doing this. For the past 10 to 15 years we’ve been obsessed with this idea that we go to war and try to solve all the problems of the world. At the same time, it is bankrupting us.”
 
“What we continue to be doing is obsess with Iran and the idea that Iran is a threat to our national security,” 
 
“Iran happens to be a Third World nation. They have no significant navy, air force, or intercontinental ballistic missiles.”
 

"Do you think we’re protecting civil liberties by arbitrarily dropping drones or threatening to drop drones any place in the world, with innocent people dying?

 

“If we want to really care about civil liberties in Syria, why don’t we really care about the secret prisons we have and the history of torture we have in this country?

 

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publicado por Victor Tavares Morais às 13:05 | comentar | ver comentários (5) | partilhar
Sexta-feira, 29.06.12

Habilidade diplomática

De acordo com os dados revelados, a China diminuiu a importação de petróleo do Irão em 25% nos primeiros 5 meses deste ano. Nos EUA, Obama agradece e suspira de alívio - por num período eleitoral não ter que ser consequente com as ameaças que tinha feito. No Irão, este é um sinal ao regime para não tentar forçar o tom das ameaças; e ceder mais vantagens comerciais no sector petrolífero. Habilidade diplomática também é isto: fazer simultaneamente um favor a um adversário e uma advertência a um aliado. O favor será cobrado em breve (como indícia a notícia), a advertência já deverá ter revertido em valor económico.

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publicado por Victor Tavares Morais às 22:14 | comentar | ver comentários (1) | partilhar
Terça-feira, 31.01.12

Irão conseguir?

Fonte: World Nuclear Association 

 

Este gráfico representa a curva de esforço para o enriquecimento de urânio (U235) por unidade de produto (SWU), em função do respectivo uso. Conclusão: o esforço necessário para o enriquecimento do urânio não é linear. Isto é, a taxa de esforço vai diminuindo à medida que a massa processada também diminui (para efeitos militares a massa processada é muito inferior à necessária para efeitos de produção de energia eléctrica).

O Irão anunciou recentemente que tinha começado o processo de enriquecimento para níveis intermédios nas instalações de Fordo, perto da cidade santa de Qom. Posteriormente, a IAEA confirmou que o Irão estava a fazer enriquecimento a 20% (usado para efeitos médicos), o que encurta bastante o caminho de esforço até aos 90%, o necessário para efeitos militares. Da leitura deste gráfico decorre a actual histeria com o Irão potência nuclear. Mas, se o gráfico não é linear, porque é que a leitura política e militar tem de o ser?

 

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publicado por Victor Tavares Morais às 13:04 | comentar | ver comentários (8) | partilhar
Terça-feira, 24.01.12

Uma estratégia refinada

Como tinha escrito neste post, o embargo da UE ao petróleo iraniano fora de um quadro de concertação mundial é autoflagelação. Agora com refinarias, um pouco por toda a Europa, a encerrarem ou em vias de passarem para mãos orientais, com a construção de novas refinarias suspensa, pergunto: onde vai a Europa comprar no futuro os refinados com garantias de origem do petróleo? E a que preço?

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publicado por Victor Tavares Morais às 13:14 | comentar | ver comentários (5) | partilhar
Sexta-feira, 20.01.12

O Senhor Wen

 

 

Terminou a visita do primeiro-ministro chinês  Wen Jiabao a alguns países do Médio Oriente, na qual deixou de fora o Irão, talvez para arrefecer os ânimos em Teerão e Washington e sinalizar que tem possíveis alternativas ao fornecimento de petróleo iraniano. Mas como tinha escrito aqui, a China joga forte nesta região e não pensa renunciar facilmente ao petróleo iraniano. Para melhor compreender a situação vale a pena saber o que disse o Senhor Wen durante esta semana, na sua visita às Arábias.

 

publicado por Victor Tavares Morais às 09:25 | comentar | ver comentários (2) | partilhar
Quarta-feira, 04.01.12

Irão - Um caminho cada vez mais estreito

 

O Irão acabou o ano de 2011 disposto a uma nova ronda de conversações sobre a sua agenda nuclear, ao mesmo tempo que conjugava manobras navais e ensaios de mísseis com ameaças do encerramento do Estreito de Ormuz (agora ameaça a 5ª Esquadra americana). Parece contraditório, mas não é, trata-se apenas de ganhar a margem possível e o tempo necessário até chegar à mesa de negociações.

Os EUA e o RU já entenderam que o embargo às importações de petróleo iraniano são absolutamente inconsequentes para demover o Irão, e as sanções financeiras já decretadas, não chegam – é que, apesar de tudo isto, estima-se que os proveitos da produção de petróleo do Irão tenham aumentado 30% em 2011 face a 2010, de 76 biliões para aproximadamente 100 biliões de dólares (quintuplicou em 10 anos).

Mas quem são os outros países que vão estar sentados à mesa com o Irão? A Rússia, até final de Março, estará concentrada nas eleições presidenciais que dependem mais de uma agenda interna do que externa. A China joga aqui uma partida diplomática absolutamente estratégica: garantindo não apenas a segurança energética de que depende o seu crescimento económico, mas projectando ainda mais o seu poder de influência naquela região. Neste jogo de titãs, a Alemanha e a França não contam.

O Irão - isto é, o seu regime - ao contrário dos terroristas islâmicos que alimenta, não é suicida, e faz somente o que não compromete a sua sobrevivência. O regime tem vindo a contar com os compradores de petróleo orientais para viver (China, Índia, Japão, Coreia do Sul), e escuda-se internacionalmente com os apoios diplomáticos de alguns países da América Latina, para continuar a afirmar as suas ambições nucleares.

Face às ameaças ocidentais de mais sanções, com o que pode contar o Irão? A América Latina, pouco lhe serve a não ser na ONU para empatar; a Rússia não está por enquanto muito interessada no tema; a Europa não conta; sobra a China que pode ser o tutor deste Irão. O aumento da tensão no Irão tem vindo a assustar todos os outros compradores orientais de petróleo, que não a China, e que estão a divergir as suas fontes de abastecimento procurando rapidamente substituir o fornecimento iraniano, ao que se somam os desinvestimentos ocidentais e orientais (Japão, Índia), no sector de produção energética iraniana. Todo este incremento de tensão tem gerado um vazio que tem sido magistralmente aproveitado pela China.

Se somarmos aos investimentos no Irão, o incremento do investimento chinês no sector petrolífero iraquiano (de onde até as empresas americanas tem fugido), temos a China a assomar-se no Golfo Pérsico, isto é: a folgar no “lago americano”. Mas onde termina este jogo? O Irão sabe, porque a China assim o quer, que não pode arriscar o encerramento do estreito de Ormuz, nem tomar a iniciativa numa eventual guerra.

E a questão nuclear? Vai a China deixar o Irão continuar a afirmar as suas pretensões? Aqui, as intenções chinesas não são claras, no entanto, vai continuar a estratégia de deixar subir a tensão (com o propósito de afastar a concorrência e obter descontos) para logo de seguida, arrefecer os ânimos. Vai fazer a sua ancestral diplomacia de “biombos chineses”, até que a sua crescente dimensão militar tenha envergadura mundial.

Os EUA, pelo que vimos no exemplo iraquiano e apesar do poderio militar, não tem demonstrado grande interesse ou capacidade de ocupação económica do território – o que levou o primeiro-ministro iraquiano, no dia em que as tropas americanas deixaram o Iraque, a fazer em Washington, um apelo dramático às empresas americanas para que invistam no seu país. Infelizmente, a América está mais preparada para fazer a guerra do que actividade económica, e isto é preocupante. Para os americanos há algo mais em jogo do que a sua permanência no Golfo Pérsico – o seu domínio militar está a ficar desfasado do seu poder económico. E o mais curioso e paradoxal neste tabuleiro, onde americanos e chineses são os jogadores que contam é que, por enquanto, a China tem beneficiado da projecção do poder militar americano como garante do livre comércio na região.

O melhor para podermos antever o futuro daquela região é seguir a política de investimento externo da China, mas esta é de difícil leitura - é um posicionamento ambíguo. Até agora as participações chinesas em projectos no país tem aumentado, mas parece não haver grandes certezas quanto aos calendários, e a velocidade de desenvolvimento dos investimentos no terreno tem abrandado.

Há ainda que contar com a instabilidade do regime iraniano e com os outros Estados Árabes que podem deixar o Irão isolado. E Israel vai continuar a fazer depender a sua autonomia desta conjuntura de interesses americanos e chineses? Não é só o Estreito de Ormuz, o caminho está mesmo a ficar cada dia mais estreito.

 

Talvez ainda não seja desta, e este é apenas o tabuleiro de ensaio de chineses e americanos, o jogo a sério pode vir a ser no Índico, ou mais provavelmente no Pacífico (para onde os EUA recentemente transferiram alguns dos seus submarinos nucleares que estavam no Atlântico, concentrando agora a sua maior força de ataque nuclear no Pacífico).

 

Quanto a Portugal, e sempre que os EUA e a China forem a jogo, arrisca-se agora a ser convocado por duas equipas. Muita diplomacia vai ser necessária, nestes tempos interessantes.

 

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Terça-feira, 27.12.11

Temas de 2012: a guerra preventiva

 

Capa do livro de Scott Silverstone - professor de Relações Internacionais na U.S. Military Academy, West Point.

 

A defesa da guerra preventiva vai voltar à ribalta em 2012, agora a propósito do Irão nuclear. Depois da experiência iraquiana, pensei que tão cedo não ouviríamos falar deste conceito. Estava errado, a apologia da guerra preventiva está de volta.

 

Não acredito que os EUA tomem a iniciativa desta guerra, mas não o suficiente para ficar tranquilo. No campo intelectual já se traçam armas.

 

Argumentos e Contra-argumentos ou Gorgetown & Harvard

  

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publicado por Victor Tavares Morais às 19:56 | comentar | ver comentários (1) | partilhar
Segunda-feira, 05.12.11

A Europa não chega

 

As sanções financeiras ao Irão, por parte da Europa, parecem ter surtido efeito, já o impacto do embargo às importações de petróleo iraniano pode vir a ser nulo, ou mesmo negativo.

 

A Europa hoje, no seu conjunto, representa apenas 20% das exportações iranianas (os outros grandes são a China, o Japão, e a Coreia do Sul). O que a Europa se arrisca a conseguir, com este embargo, é que o Irão desvie estes volumes para os outros compradores (e concorrentes), e se necessário, lhes venda a desconto face ao mercado. No final, o Irão arrecada a mesma receita, enquanto a Europa vai ter que ir comprar estes volumes a um preço mais alto.

 

Neste cenário, de crise económica, as sanções energéticas ao Irão devem ser acordadas num quadro de concertação mundial, caso contrário: é autoflagelação.

publicado por Victor Tavares Morais às 21:41 | comentar | partilhar

Cachimbos

O Cachimbo de Magritte é um blogue de comentário político. Ocasionalmente, trata também de coisas sérias. Sabe que a realidade nem sempre é o que parece. Não tem uma ideologia e desconfia de ideologias. Prefere Burke à burqa e Aron aos arianos. Acredita que Portugal é uma teimosia viável e o 11 de Setembro uma vasta conspiração para Mário Soares aparecer na RTP. Não quer o poder, mas já está por tudo. Fuma-se devagar e, ao contrário do que diz o Estado, não provoca impotência.

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