Desde ontem que estou a resistir a escrever sobre este tema, mais uma trica, mas hoje é capa de todos os jornais e não há como escapar-lhe.
O PR sugeriu que os portugueses passassem férias em Portugal, uma forma de ajudar o emprego e de reduzir o nosso grave défice externo. O ministro da Economia insurgiu-se com a proposta, porque se os outros presidentes fizessem idêntica proposta o resultado final seria mau para Portugal. O facto de as famílias portuguesas, no remanso do seu lar, decidirem passar férias em Portugal, não terá nenhuma influência sobre as decisões dos presidentes de outros países, dada a dimensão minúscula da nossa economia.
Por outro lado, muitos países a braços com superavits externos muito elevados (como a Alemanha), não têm qualquer incentivo a imitar Cavaco Silva. Mas, se o ministro está genuinamente preocupado com que a ideia do nosso PR seja imitada noutros países, então a sua obrigação é estar caladíssimo, para não lhe dar gás. Cada dia a mais de polémica nos jornais arrisca-se a passar a ideia para a imprensa internacional e a concretizar o cenário que o ministro diz que está preocupado em evitar. Alguém ainda tem alguma ilusão de que o que move o ministro é uma genuína preocupação com o bem-estar dos portugueses?