A primeira?
A S&P reduziu a notação da dívida americana de AAA para AA+. Como seria de esperar o respectivo governo diz que se trata de uma decisão injustificada.
A S&P reduziu a notação da dívida americana de AAA para AA+. Como seria de esperar o respectivo governo diz que se trata de uma decisão injustificada.
Felizmente há quem na AR fuja ao dicurso demagócio e igorante sobre as agências de notação financeira:
"Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP) argumentou que “quem atribui crédito às agências de rating são os investidores e podemos criar as agências de rating que quisermos que, se os mercados não as entenderem como credíveis” de nada valerá (...) [O] deputado dos populares duvidou que uma agência de rating pública tivesse “o critério justo e certo”. “É uma visão cândida (*) a de pensar que uma agência pública terá um funcionamento diferente”, sintetizou."
De sublinhar a proposta do comunista Honório Novo que defende que “as avaliações de risco das empresas e do mercado do crédito devia caber a instituições públicas independentes”. Parece que nem o recente exemplo das nomeações políticas na CGD lhe recorda que uma agência pública jamais será independente. Ou credível.
(*) O jornalista erradamente escreveu "É uma visão mecânica"
Num novo episódio da "estratégia dos Estados Unidos contra o Euro e favorável ao Dólar", a Standard & Poors (depois da Moody's) ameaça reduzir o rating dos EUA.
ADENDA: Se chegou aqui vindo do blog dos "abrantes" não deixe de ler este post sobre a herança do goveno socialista.
"As decisões que se vão tomando na União Europeia fazem temer o pior. A decisão de ignorar os ratings porque eles agora já não dão jeito, de criar ratings de conveniência, de relaxar a regulação quando ela já não convém e de criar regulação ad hoc para mascarar problemas vai trazer muitas complicações no futuro. Por exemplo, se o BCE pode ignorar os ratings porque é que os fundos de pensões não o podem fazer? Se a União Europeia vai criar e impor administrativamente uma agência de rating porque isso lhe dá jeito, porque é que os estados membros não o podem também fazer? Se o BCE aceita lixo como se fosse ouro, que implicações é que isso tem para o BCE?"
Nos últimos dias vieram à superfície muitos e inusitados especialistas em notação financeira. Algumas até são divertidas. Menos divertido é estarema dar uma mãozinha a mais um dispendioso e inútil projecto comunitário. A (quase) unanimidade, que vai de extremo a extremo do espectro político, devia-nos fazer pensar duas vezes. Ou três.
Afinal de contas, parece que as agências de notação não são assim tão determinantes. Apesar de classificados como "lixo", o BCE já declarouque continuará a aceitar os títulos da dívida portuguesa como colateral. Duas considerações. Primeira. O BCE demonstra mais uma vez que as regras são modificadas à primeira oportunidade. Este tipo de comportamento, comum nas instituições europeias, explica em grande parte o calamitoso estados das finanças públicas dos países da zona euro. Segunda. Qualquer dia teremos o BCE terá que varrer o lixo do seu balanço. Vai dar uma bela conta e veremos se não é aí que morre o euro.
Um post de Pedro Pita Barros
As avaliações das agências de rating baseiam-se em informação recolhida sobre os países e em premissas por elas assumidas. Validar, ou não, a informação de base das agências de rating é algo que tem de ser feito. Se estiverem a usar informação errada, então esta tem de ser corrigida. Mas não basta os governos anunciarem, pois serão sempre suspeitos de só estar a dar a informação que lhes convém. Tem que ser dada publicamente de uma forma ainda mais credível do que se for uma agência de rating a anunciar (o que não me parece especialmente difícil, aliás).
Continuando o assunto deste post.
Agora que estamos a meio de mais uma sessão de ódio contra as agências de notação financeira esteartigo do WSJ vem dizer algumas verdades inconvenientes.
1. O mercado do rating não é totalmente desregulado. As agências são licenciadas pela UE;
2. O predomínio das "big three" (Moody's, S&P e Fitch) foi reforçado devida à preferência dos reguladores. Se pretendem acabar com este oligopólio podiam deixar o mercado funcionar concorrencialmente. Pois. Mas acho que não é bem essa a intenção dos reguladores;
3. Depois de terem culpado o laxismo das agências questão do "sub-prime" (o que é verdade embora) os reguladores pretendem agora que as agências sejam mais laxistas na classificação da Grécia (e restantes países periféricos). Parece que gostam de ser deixar enganar
4. A tentativa de condicionar o trabalho das agências ou de criar uma risível "agência europeia" não funcionará, com grande probabilidade. Se o mercado achar que as notações não são fiáveis poderá virar-se cada vez mais para os Credit Default Swaps. Não era bem isto que pretendiam, pois não?
A propósito da recente descida da notação da dívida portuguesa. começo por dizer que o que espanta é não ter ocorrido há mais tempo. Afinal, as razões apontadas pela Moody's (a péssima execução do OE2011 e a possível reestruturação da dívida grega) há muito que se indiciavam. No entanto, é sabido que as agências de notação são tendencialmente conservadoras e preferem trabalhar com factos consumados. Desse ponto de vista João Duque e Vítor Gaspar terão alguma razão. Mas cabe-nos provar que, contrariamente ao passado, as medidas são eficazes e estamos realmente empenhados na contenção do défice e na redução da dívida.
Vamos lá ver se percebi a ideia. Os bancos aceitam que a Grécia entre em incumprimento se as agências de notação fingirem que esta continua a pagar a tempo e horas. As agências de notação só param de fingir que a Grécia tem capacidade para redimir a sua dívida no minuto em que esta deixar de a pagar aos bancos.
Fernanda Câncio no Jugular
as imputações falsas de Merkel fazem pandã com as preconceituosas "avaliações dos mercados" que lançaram, com espasmódicas baixas de rating, os países periféricos numa espiral de dívida
Lamento desiludir a Sra Câncio mas a "espiral de dívida" já existia antes das pérfidas agências nos baixarem a notação. Pode verificar aqui nos dados oficiais do Instituto de Gestão do Crédito Público. Espero que para a próxima procure verificar se os seus preconceitos correspondem aos factos.
PS: "pandã" é lindo!