Harry Truman por causa de Sarah Palin
Independentemente daquilo que o futuro possa reservar a Palin, como candidata e/ou como eventual vice-presidente, talvez valha a pena recordar Harry Truman. Truman foi sucessor de F. D. R. na Casa Branca. Não tinha qualquer experiência de política externa quando substituiu o seu antecessor cuja morte, aliás, era previsível apesar de uma reeleição triunfal ocorrida em Novembro de 1944. Roosevelt, vá-se lá saber porquê, orgulhava-se de manter o seu vice-presidente totalmente à margem das discussões de política externa numa conjuntura delicada como era a do fim da segunda guerra mundial e de preparação de uma nova ordem política internacional.
Com a morte Roosevelt, Truman revelou-se um extraordinário presidente, nomeadamente naquilo que à política externa diz respeito. Foi a sua administração que conteve o avanço do poderio soviético na Europa e no Médio Oriente, embora tenham fracassado os seus intentos na China. O 33.º presidente dos EUA preparou o seu país e o seu povo para uma "guerra fria" concluída com êxito em 1991. Truman decidiu, e bem, o lançamento de duas bombas atómicas sobre o Japão. Reconheceu o Estado de Israel, lançou o Plano Marshall e foi decisivo na criação da NATO, a primeira aliança militar em tempo de paz de que os EUA fizeram parte. Aplaudiu a independência da Índia e do Paquistão e forçou a independência da Indonésia. Truman enfrentou, liderando uma generosa coligação político-militar, a agressão militar da Coreia do Norte à Coreia do Sul, mas recusou que o dispositivo nuclear norte-americano fosse novamente usado no Extremo Oriente quando a China de Mao entrou no conflito.