BPN: "Uma solução onerosa para os contribuintes"
Tavares Moreira faz uma resenhada história da nacionalização do BPN. Um pormenor chamou-me a atenção. Conta Tavares Moreiraque o Ministro Teixeira dos Santos terá recusado um plano de recapitalização e recuperação do BPN apresentado pela equipa de Miguel Cadilhe. Este previa uma comparticipação pública de 600 milhões de euros (eventualmente reembolsável) o que foi recusado pelo Ministro alegando que não podia aceitar que fossem os portugueses a suportar as perdas. Resolvi procurar provas do que Tavares Moreira afirmava. E aqui está ela (meus destaques):
O Ministério das Finanças reagiu, esta segunda-feira, com surpresa às declarações do presidente do Banco Português de Negócios (BPN), reafirmando que a proposta do banco era muito «onerosa para os contribuintes».Miguel Cadilhe criticou, esta segunda-feira, a decisão do Governo de nacionalizar o banco, classificando-a como uma solução «desproporcionada», afirmando que esta não foi a decisão que propôs, e recusou continuar à frente da instituição após a passagem do controlo para o Estado.
Desta forma, a solução "menos" onerosa para os contribuintes custou-nos até agora 2.4 mil milhões de euros e dependendo do que ainda conseguir recuperar dos "activos tóxicos" e das indemnizações pode chegar aos 4 mil milhões. Mas Miguel Cadilhe é que era irresponsável ao propor aquele plano.«Foi solicitado ao Estado que injectasse 600 milhões de euros no banco, o que implicaria que, parte das perdas existentes fossem de imediato da responsabilidade do Estado», explica o Ministério das Finanças, em comunicado.
Segundo a tutela, «a situação de insolvência do banco e as suas perspectivas de evolução eram tais, que as possibilidades do Estado recuperar aquele montante eram diminutas, impondo assim aos contribuintes um custo inaceitável».
O comunicado dá ainda conta da surpresa do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, com o facto de uma «proposta tão onerosa para os contribuintes tenha sido feita por um anterior titular da pasta».