Preparados?
Segundo a Economist, para cumprirem os novos requisitos de capital (Basel III) os bancos da UE necessitarão de angariar cerca de 100 biliões de euros. Para se protegerem dos efeitos de uma recessão moderada, alterem a contabilização da desvalorizada dívida dos PIIGS para preços de mercado (muita está contabilizada ao preço de compra) e de uma reestruturação na dívida destes precisarão de mais 400 biliões. Se a Alemanha ou a França ainda poderão ter alguma capacidade para recapitalizarem os bancos com fundos públicos outros países (como Portugal, Grécia, Espanha ou Itália) já não possuem capacidade de endividamento adicional. E convém não esquecer que mesmo no no primeiro caso (e à semelhança do que sucederá com as eurobonds) esta operação não deixará de ter consequências para a qualidade da dívida emitida.
É claro que a primeira reacção (tal como no caso do rating) é tentar matar o mensageiro e muitos criticam as exigências dos reguladores e dos testes de stress. Não é conveniente dizer que isto é o resultado do conluio entre o sistema bancário e o poder político em que o primeiro irresponsavelmente financiou o despesismo desregrado do primeiro enquanto o segundo garantia a solvabilidade do primeiro. Criou-se um ciclo vicioso que garantiu de forma eficaz a transmissão das crises. No desfecho mais provável os contribuintes acabarão a pagar a (elevada) conta enquanto os responsáveis aproveitam para cursar filosofia em Paris.